quinta-feira, dezembro 31, 2009

Melhores de 2009

Desde 2007 escrevo neste humilde blog comentários sobre os meus discos preferidos do ano que passou e aqui estou novamente. Estive sem computador uns dias e fiquei sem postar, mas voltei em tempo para desejar aos poucos leitores que me acompanham um feliz ano novo. Chega de enrolação e vamos aos cinco melhores álbuns lançados em 2009:

Alice In Chains - Black Gives Way to Blue

A volta do Alice In Chains é a grande surpresa desse ano. Lançar um disco após 14 anos, ainda mais sem a voz marcante de Layne Staley, foi uma atitude corajosa de Jerry Cantrell e cia. Um disco pesado e sombrio, com ótimas músicas e belos vocais, com destaque para William DuVall, que deu conta do recado.



Mastodon - Crack the Skye

Eu já conhecia o Mastodon, mas nunca tinha levado a sério o quarteto formado em 1999, em Atlanta, Estados Unidos. Azar o meu, pois fiquei um tempão sem ouvir a banda mais original do heavy metal na atualidade. A criatividade desses caras é simplesmente absurda. Genial.



Chickenfoot - Chickenfoot

Tinha como dar errado? Juntar Sammy Hagar (vocal), Joe Satriani (guitarra), Michael Anthony (baixo) e Chad Smith (bateria) em uma mesma banda é garantia de sucesso. E foi o que aconteceu. O primeiro álbum do Chickenfoot é uma aula de rock and roll. A verdadeira definição de supergrupo.



Green Day - 21st Century Breakdown

Sou fã do Green Day desde os meus 12 anos e sempre curti aquele som descompromissado feito pelo trio capitaneado pelo Billie Joe Armstrong. Quando partiram para um lance mais sério e trabalhado não torci o nariz, pelo contrário. A banda evoluiu muito e 21st Century Breakdown é o melhor disco do Green Day.



Megadeth - Endgame

Desde a saída do guitarrista Marty Friedman, em 2000, o Megadeth procura um substituto à altura. Chris Broderick era a peça que faltava para o grupo voltar a ser um dos grandes nomes do thrash metal. A dupla monstruosa formada com o chefão Dave Mustaine recolocou o Megadeth de volta no topo do estilo.



Menção honrosa: Dave Matthews Band, Them Crooked Vultures, Slayer, The Mars Volta e Heaven & Hell.

E aí, quais são os seus favoritos de 2009?

terça-feira, dezembro 08, 2009

A segunda chance do Creed

Confesso que senti uma certa nostalgia quando ouvi Full Circle, quarto disco do Creed, lançado no dia 27 de outubro pela Wind-up Records.

Full Circle é o primeiro trabalho da banda em oito anos, desde o ótimo Weathered. Esse tempo afastado fez bem ao quarteto da Flórida, que aparece revigorado e busca recuperar o tempo perdido.

O novo disco, produzido por Howard Benson (Motörhead e Sepultura), é bastante equilibrado, tanto as baladas, mais trabalhadas, quanto as mais pesadas, são muito boas. O Creed nunca soou tão maduro.

Nesse tempo em que o grupo ficou inativo, Scott Stapp (vocal) lançou The Great Divide, em 2005. Mark Tremonti (guitarra), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria) formaram o Alter Bridge, com o vocalista Myles Kennedy.

Se você já não gostava da banda, Full Circle não mudará a sua opinião. Também não será escolhido um dos melhores desse ano, mas o Creed merece uma segunda chance.

Veja o clipe de Overcome, primeiro single de Full Circle.

domingo, dezembro 06, 2009

Jeremias sem Cão no Sunset Café

A banda Jeremias sem Cão, de Biguaçu, Santa Catarina, se apresentou no Sunset Lounge Café, em Palmas, Governador Celso Ramos, na sexta-feira.

No repertório do trio, que está gravando o segundo disco, intitulado Carpe Diem, os grandes clássicos do rock and roll, duas inéditas e músicas do primeiro trabalho da banda, Metaphorai (2006). Tá aí um grupo que as pessoas precisam conhecer.

Jeremias sem Cão toca Infernal



Veja mais

Metaphorai
Fotos

quinta-feira, dezembro 03, 2009

O verdadeiro rei da música brasileira

Nunca entendi o título de rei dado pela Globo a Roberto Carlos, um cara que todos os anos prefere se apresentar para funcionários da emissora ou para um monte de bestas em cruzeiros.

Tim Maia gostava mesmo era de estar com o seu público, que dançava e se emocionava com as suas canções cheias de balanço e sentimento.

Sebastião Rodrigues Maia, o síndico da música brasileira, pagou o preço por falar tudo o que pensava e pelos excessos fora (e dentro) dos palcos. Seu melhor momento foi na metade dos anos 70, quando abandonou as drogas e entrou de cabeça na Cultural Racional.

Nos dois volumes de Racional, Tim Maia exalta a Cultura Racional, uma breve viagem pelo mundo da ufologia. Percebendo que não entraria em contato com extraterrestres, o cantor caiu na real e parou com todo aquele papo de imunização racional.

Não só por esses maravilhosos discos, dos melhores da nossa história, os quais renegou até a sua morte, em 1998, mas por todo o talento e a capacidade de entreter o público, também, Tim Maia é o verdadeiro rei da música brasileira.

Confira o vozeirão do síndico em Bom Senso.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Pearl Jam de volta com Backspacer

Nunca fui um grande fã do Pearl Jam. De todas as bandas surgidas em Seattle a minha preferida sempre foi o Alice In Chains, que voltou a gravar depois de 14 anos.

Mas o grupo capitaneado pelo vocalista Eddie Vedder tem os seus méritos, como o disco Ten (1991), um dos melhores dos anos 90, e a poderosa voz de Vedder, que influenciou bandas como o The Nixons e Creed

Outro ponto que favorece a qualidade musical do grupo é formação constante. Desde o início do quinteto, em 1990, na terra do grunge, Stone Gossard (guitarra base), Jeff Ament (baixo e cello) e Mike McCready (guitarra solo) acompanham Eddie Vedder. O baterista Matt Cameron entrou em 1998.

Backspacer é o nono disco de estúdio da carreira do Pearl Jam, o quinto produzido por Brendan O'Brien, que já trabalhou com Bob Dylan, Mastodon e Neil Young.

É difícil apontar destaques em um álbum tão coeso como esse. Backspacer, lançado no dia 20 de setembro pela Universal, é simples e direto. Mais um ótimo registro do Pearl Jam, provando que a banda está mais viva do que nunca.

Ouça Got Some, um dos destaques de Backspacer.

terça-feira, novembro 24, 2009

18 anos sem Freddie Mercury

Farrokh Bulsara, o melhor vocalista da história da música, nasceu em Stone Town, na ilha africana de Zanzibar (hoje Tanzânia), no dia 5 de setembro de 1946.

Seu pai trabalhava para o governo britânico na ilha, que na época era colônia da Grã-Bretanha. Em 1963, por conta da independência de Zanzibar, muitos ingleses e indianos tiveram de abandonar o local.

No ano seguinte, a família Bulsara desembarcou em Feltham, subúrbio de Londres, cidade onde Freddie se formou designer gráfico e conheceu Roger Taylor (bateria), Brian May (guitarra) e John Deacon (baixo), seus companheiros no Queen, formado em 1970.

Nos 21 anos em que a banda esteve ativa foram lançados 13 discos de estúdio, dois ao vivo e a trilha sonora de Flash Gordon. Dentre as obras-primas do grupo estão A Night At the Opera (1975) e News of the World (1977), que ajudaram o quarteto a vender 300 milhões de cópias mundo afora.

No dia 24 de novembro de 1991, Freddie Mercury faleceu de broncopneumonia, em decorrência da AIDS, aos 45 anos de idade. A música perdeu a sua voz mais incrível, que nunca será esquecida, tenho certeza.

Veja o clipe de Spread Your Wings, de 1977.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Os abutres do rock and roll

Tem alguma coisa mais rock and roll do que abutres? A ave necrófila que batizou o maior moto clube do Brasil inspirou a grande banda do momento: Them Crooked Vultures.

O disco de estreia do trio estelar formado pelo Josh Homme (vocal e guitarra), John Paul Jones (baixo e teclados) e Dave Grohl (bateria e vocal), foi lançado no dia 17 de novembro, via Interscope Records.

O resultado da união dos líderes de duas das melhores bandas norte-americanas surgidas  nos anos 90 (Foo Fighters e Queens of the Stone Age), com o velho baixista do Led Zeppelin é melhor do que a encomenda.

Para não dizer que o trabalho é perfeito, confesso que senti falta da voz de Dave Grohl, apesar de Josh Homme ter brilhado nesse álbum. O ex-baterista do Nirvana poderia ter feito algo mais além de mandar ver nas baquetas, o que ainda faz como poucos.

O Them Crooked Vultures, ao que parece, veio para ficar. Talento para seguir adiante eles têm e muito. Como escrevi no post do Chickenfoot, que não fique só nesse disco. Alguém tinha dúvida de que o disco seria ótimo?

Ouça Bandoliers, sétima faixa de Them Crooked Vultures.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Um mundo pintado de sangue

Se alguém tinha alguma dúvida de que o Slayer é o grupo mais thrash metal do planeta, ela acaba após a audição de World Painted Blood, 10° trabalho de estúdio do quarteto californiano.

Produzido pelo mago Rick Rubin e por Greg Fidelman, engenheiro de som que tem Metallica, Red Hot, Audioslave e U2 no currículo, o disco foi lançado no dia 3 de novembro pela Sony Music.

A banda, formada em 1981 pelos guitarristas Jeff Hanneman e Kerry King, parece ter reencontrado a fórmula mágica de fazer thrash metal. O baterista cubano Dave Lombardo continua espancando o seu kit enquanto o vocalista e baixista chileno Tom Araya vocifera blasfêmias atrás de blasfêmias.

World Painted Blood vendeu 42 mil cópias na primeira semana, alcançando a 12ª posição da revista Billboard. Até agora foram lançados três singles do álbum: Psycopathy Red, Hate Worldwide e a faixa título.

O Slayer continua, através da sua música, a espalhar o ódio por esse mundo pintado de sangue. Sorte a nossa. Melhor que o Christ Illusion.

Ouça World Painted Blood, terceiro single do disco.

quinta-feira, novembro 12, 2009

O mestre do sopro brasileiro

Aos 77 anos, Paulo Moura é um dos principais nomes da música popular brasileira. Embora tenha nascido no dia 15 de julho de 1932, em São José do Rio Preto, o instrumentista só foi registrado em fevereiro do ano seguinte.

A Revolução Constitucionalista contra o governo de Getúlio Vargas, iniciada em São Paulo, impediu que seu pai, Pedro Gonçalves de Moura, também músico, o registrasse.

Aos nove anos começou a tocar clarinete e saxofone. Aos 13 já acompanhava o conjunto do seu Pedro. Estudou com o grande Moacir Santos e, em 1959, gravou o seu primeiro disco, com releituras para temas do maestro Radamés Gnatalli. O álbum trazia Baden Powell no violão, além do próprio homenageado ao piano.

Nesses 65 anos de carreira, o músico tem 75 álbuns que levam o seu nome no encarte, entre discos solo, parcerias com João Donato, Raphael Rabello e Yamandú Costa, e as participações especiais. Seus trabalhos mais famosos são Fibra (1971) e Mistura e Manda (1984).

Paulo Moura, uma lenda viva da nossa cultura, passeia livremente entre a música popular e a erudita, não importa se é jazz ou choro, a qualidade permanece a mesma. Que a sua obra nunca seja esquecida, mestre do sopro brasileiro.

Ouça Eu Quero é Sossego, do disco Confusão Urbana, Suburbana e Rural, de 1976, que foi produzido por Martinho da Vila.

terça-feira, novembro 10, 2009

Voltou para ficar

O Alice In Chains foi, sem dúvida, uma das grandes bandas dos anos 90 e, ao lado do Soundgarden, o que de melhor surgiu no grunge em Seattle.

Sete anos após a morte do cantor Layne Staley, Mike Inez (baixo), Sean Kinney (bateria) e Jerry Cantrell (guitarra e vocal) retornam com Black Gives Way to Blue, primeiro álbum gravado pelo o grupo desde 1995.

O disco, lançado no dia 29 de setembro pela Virgin Records, traz nos vocais o competente William DuVall (Comes With the Fall), que aceitou a ingrata missão de substituir Staley. Sua voz casou muito bem com a de Cantrell, e o resultado ficou surpreendente.

O som registrado no quarto trabalho de estúdio da carreira do Alice In Chains, que iniciou em 1985, continua fazendo a diferença. Os riffs arrastados e pesadíssimos do guitarrista afastam de vez a banda do grunge. O que ouvimos aqui é um belo exemplo do heavy metal moderno.

O destaque do disco são as harmonias vocais, que conferem aquele ar denso e melancólico que sempre foi a marca registrada do grupo. Quem torceu o nariz contra essa volta antes de ouvir mordeu a língua, pois Black Gives Way to Blue é maravilhoso.

Ouça Private Hell, 10ª música do novo álbum.

sexta-feira, novembro 06, 2009

Existe algo de genial no Muse

A maior parte dos roqueiros (fãs de heavy metal mais ainda) tem calafrios quando lê ou escuta a palavra eletrônico associada a um grupo de rock. Essa antipatia sem explicação me custou valiosos anos sem ouvir bandas como o Muse.

Como todos têm o direito de se arrepender um dia, rendi-me recentemente ao talento desse trio britânico formado em 1994 por Matthew Bellamy (guitarra, teclados e vocal), Chris Wolstenhome (baixo) e Dominic Howard (bateria).

O novo disco, The Resistance, o quinto da carreira, foi gravado na Itália, produzido pela própria banda e lançado no dia 14 de setembro, pela Warner Brothers.

O álbum traz aquele rock alternativo já consagrado do trio, que tem influências do r&b, da música erudita e do eletrônico. Incrível como conseguem elaborar canções tão distintas sem perder a qualidade.

The Resistance é bombástico, extravagante e melodioso. Mais um belo exemplo da criatividade do Muse, que coloca o seu nome definitivamente entre os grupos mais originais da atualidade. E a lista dos melhores do ano vai se complicando...

Ouça Uprising, primeiro single do disco.

terça-feira, outubro 20, 2009

A importância de um vocalista

Nunca me esqueço da primeira vez em que ouvi o Fuel. O ano era 2000. Meu amigo Helio e eu costumávamos ouvir música no rádio todos os dias. Certa vez, Hemorrhage (In My Hands) tocou e pensamos: "que sonzeira!".

Esse foi o meu primeiro contato com o grupo formado por Carl Bell (guitarra) e Jeff Abercrombie (baixo) em 1989 na Pensilvânia, Estados Unidos. Conhecidos inicialmente por Small the Joy, mudaram o nome para Fuel a partir da entrada do cantor Brett Scallions, em 1993.

Falem o que quiser, mas a alma de uma banda é o seu vocalista. Antes que me xinguem aos montes, eu sei que existem centenas de grupos em que outros músicos são a referência. Mas o que seria de uma banda como o Fuel sem a voz poderosa de Brett Scallions?

O vocalista saiu em 2006, após ter gravado três ótimos discos (Sunburn, Something Like Human e Natural Selection), para integrar o Riders On the Storm, banda tributo ao The Doors. No seu lugar colocaram Toryn Green. As vendas caíram e o Fuel se tornou um grupo comum, infelizmente (veja).

Não que o quarteto fosse a oitava maravilha do mundo, longe disso. Apenas sinto muita falta do vocal cheio de emoção de Brett Scallions, que elevou o som do Fuel ao patamar das melhores bandas pós-grunge. Tá aí a importância de um vocalista.

Ouça Innocent, do Something Like Human, de 2000.

segunda-feira, setembro 28, 2009

O jogo acabou e quem venceu foi o Megadeth

Endgame, lançado no dia 15 de setembro pela Roadrunner,  é o melhor álbum do Megadeth depois do clássico Rust In Peace (1990), a obra-prima do thrash metal.

O disco abre com a instrumental Dialectic Chaos e Chris Broderick já mostra a que veio. Desde a saída de Marty Friedman o grupo não tinha uma dupla de guitarristas desse nível.

Por conta disso, o destaque são os solos alucinantes de guitarra, aos montes em Endgame, o trabalho menos comercial do Megadeth nos últimos 15 anos. The Hardest Part of Letting Go, a pseudo-balada do disco, não faz feio perto das mais agressivas.

Dave Mustaine e sua trupe, completada por James Lomenzo (baixo) e Shawn Drover (bateria), gravaram o disco que todo fã de heavy metal gostaria de ouvir. Pesado, técnico, moderno e sem firulas. Fico contente em ver que ainda conseguem fazer algo relevante. Meu candidato a melhor disco de 2009.

Ouça 1,320, música quatro de Endgame.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Jakob Dylan não tem medo de comparações

Se tivesse, não seria músico. O fato de ser filho de uma lenda como Bob Dylan, um dos maiores compositores de todos os tempos, deve ter aberto muitas portas.

Aos 20 anos de carreira, Jakob conseguiu sobreviver à pressão de carregar o sobrenome que recebeu quando abriu os olhos no dia 9 de dezembro de 1969, em Nova Iorque.

Jakob Dylan, que além de cantar toca guitarra, baixo e piano, formou o The Wallflowers em 1989, na cidade de Los Angeles, Califórnia. O primeiro disco, que saiu três meses depois, foi um fracasso comercial, mas bem recebido pela crítica.

Em 1996, com o grupo reformulado, gravou o ótimo Bringing Down the Horse, que vendeu seis milhões de cópias no mundo todo graças aos hits 6th Avenue Heartache (com Adam Duritz) e One Headlight, melhor música de rock de 1997 (Grammy).

Com a paralisação das atividades da banda em 2005, Jakob Dylan assinou um contrato com a Columbia Records e produziu Seeing Things sob a batuta do grande Rick Rubin, dono de um currículo invejável. Lançado em junho do ano passado, o álbum é uma bela amostra do talento do rapaz, que não herdou apenas os olhos claros do pai.

Ouça Valley of the Low Sun, do disco Seeing Things, de 2008.

terça-feira, setembro 01, 2009

Novos caminhos para o tango

A ligação dos argentinos com o tango é tamanha que Astor Piazzolla foi alvo de críticas quando passou a incorporar elementos do jazz no ritmo portenho. "Tudo pode mudar, exceto o tango", diziam na época os tradicionalistas.

O chamado tango novo criado por Piazzolla fez o compositor ser reconhecido mundialmente e influenciou gerações de músicos. Liderado por Max Masri (teclados e programação) e Diego Velázquez (violão), o Tanghetto (foto) surgiu no ano de 2001, em Buenos Aires.

O nome remete às comunidades de hermanos exilados no exterior nos tempos de crise política ou econômica. A experiência e o contato com a cena eletrônica que Max Masri teve nos tempos em que viveu na Alemanha serviram de base para a sonoridade contemporânea praticada pelo grupo.

O Tanghetto tem em sua formação, também, os músicos Federico Vázquez (bandoneón), Chao Xu (violoncelo), Antonio Boyadjian (piano) e Daniel Corrado (bateria). O primeiro disco, Emigrante, de 2004, foi indicado ao Grammy Latino.

El Miedo a La Libertad (foto), lançado em 2008, rendeu ao quinteto o Prêmio Carlos Gardel, o mais importante do país. A música triste e dançante, reforçada pelas batidas eletrônicas, segue uma linha adotada por nomes como Bajofondo e Gotan Project. Muito bom.

Ouça Al Final Todos Se Van, do disco Emigrante.

quinta-feira, agosto 27, 2009

19 anos sem Stevie Ray Vaughan

Há exatos 19 anos um trágico acidente de helicóptero em East Troy, Wisconsin, tirava a vida do festejado guitarrista americano Stevie Ray Vaughan (3 de outubro de 1954).

Nascido em Dallas, Texas, o músico teve um carreira relativamente curta. Descoberto por David Bowie no Festival de Jazz de Montreux, em 1982, foi o primeiro artista sem gravadora a se apresentar no evento desde a sua criação (1967).

No ano seguinte, Bowie o convidou para tocar em duas faixas de Let's Dance. Ainda em 1983, Stevie Ray Vaughan, acompanhado de seus eternos comparsas Tommy Shannon (baixo) e Chris Layton (bateria), gravou a obra-prima Texas Flood, pela Epic Records.

Por ter conseguido reviver o blues numa época em que o cenário musical era dominado por bandas como o Mötley Crüe e The Police, SRV aparece em 7º lugar na lista dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos. Mesmo tendo partido cedo, aos 35 anos, Stevie marcou seu nome na história. É isso o que vale.

Ouça Dirty Pool, do disco Texas Flood, de 1983.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Paice Ashton Lord: vida (breve) após o Deep Purple

O Deep Purple se separou em 1976. Desfeito o MK IV, Glenn Hughes (baixo), David Coverdale (vocal) e Tommy Bolin (guitarra) seguiram em carreira solo.

O baterista Ian Paice e o tecladista Jon Lord partiram em busca de um novo grupo. Com o vocalista Tony Ashton fomaram o Paice Ashton Lord, completado por Bernie Marsden (guitarra) e Paul Martinez (baixo).

A banda acabou pouco tempo depois, em 1977, por conta da dificuldade de Ashton em lidar com grandes públicos. Dessa união saiu Malice In Wonderland, lançado no mesmo ano via Warner Bros. Records.

Produzido pelo próprio Tony Ashton, que é também tecladista, o disco traz uma sonoridade interessante, que mistura o peso do hard rock setentista com a levada suingada do funk. Não chega a ser um clássico, mas é um ótimo registro. Se você gosta do Come Taste the Band, do Deep Purple, não deixe de ir atrás.

Ouça Arabella, de Malice In Wonderland (1977).

segunda-feira, agosto 24, 2009

O disco que me fez gostar de mpb

Comecei a ouvir música tarde, aos 12 anos, quando descobri o Green Day por meio do meu irmão, Rafael. A partir daí o rock tomou conta da minha vida. Um pouco depois ouvi Megadeth, minha banda preferida desde então, e essa paixão não cessa.

Até os 20 anos só gostava de som pesado, não admitia nada vindo de outro mundo que não fosse o meu. Como diria um amigo, tinha pré-conceitos sobre o desconhecido. Minha sorte mudou ao conhecer esse disco, responsável por ter aberto a minha cabeça.

Se tivesse permanecido radical como era em outros tempos não teria a oportunidade de entrevistar Milton Nascimento para o meu Trabalho de Conclusão de Curso. Também não conheceria a beleza da música brasileira e o improviso do jazz, por exemplo. Seria infeliz.

Vagabundo, gravado em 2003 e lançado pela Somlivre, tem um repertório escolhido a dedo. Composições de Jackson do Pandeiro, Martinho da Vila, Itamar Assumpção, João Ricardo e Pedro Luís, cantadas de forma primorosa por Ney Matogrosso, nosso maior intérprete.

A parte instrumental do álbum, a cargo da banda carioca Pedro Luís e a Parede, é de uma riqueza e criatividade impressionantes. Violões, guitarras, saxofones, alaúdes, cavaquinhos e uma infinidade de instrumentos de percussão, tudo milimetricamente encaixado.

Dizer que esse disco mudou a minha vida não seria exagero. A sua importância reflete apenas a qualidade contida nessas 14 canções maravilhosas. Indicado pra quem deseja conhecer a música brasileira.

Veja Noite Severina, do DVD Vagabundo - O Filme.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Straw, o clássico perdido do britpop

O rock dos anos 90 pode ser dividido em dois grandes movimentos. Nos Estados Unidos, o Nirvana e o grunge mudaram os conceitos que as pessoas tinham sobre o estilo.

Na Europa, a ascenção de grupos como Oasis e Blur colocou o britpop em pé de igualdade com o gênero americano, tanto em influência quanto em popularidade.

O sucesso dos britânicos impulsionou a criação de inúmeras bandas dispostas a fazer o mesmo som simples e de forte apelo comercial. Chegou um momento em que o mercado saturou e bons grupos ficaram pelo caminho, como é o caso do Straw.

O quarteto de Bristol, Inglaterra, formado por Mattie Bennett (guitarra e vocal), Mark Blackwell (teclado), Andy Nixon (bateria) e Dave McKinna (baixo), é daqueles exemplos de artistas que gravam um trabalho e somem do mapa sem explicação.

Uma pena, pois Shoplifting, que foi lançado pela Warner Music Group em abril de 1999, é o clássico perdido do britpop. Um disco cheio de energia, despretensioso e cativante, como há tempos não ouvia.

Ouça United States of Amnesia, faixa oito de Shoplifting.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Wolfmother solta mais um single do novo disco

Todo mundo já ouviu falar ou leu em algum lugar que o rock está morto. De tempos em tempos surge uma banda que vai salvar o gênero da extinção. Bobagem. Como se o rock precisasse de salvação.

No início deste século tivemos os Strokes e, mais recentemente, o Wolfmother. O trio australiano, que é liderado pelo guitarrista e vocalista Andrew Stockdale, disponibilizou no último dia 17 New Moon Rising, segundo single do novo disco.

Cosmic Egg, que estará nas lojas no mês de outubro, tem o seu lançamento cercado de grande expectativa. O primeiro álbum, homônimo, de 2005, alcançou a posição 22 nas paradas da Billboard e levou o Grammy de melhor performance hard rock pela música Woman. Nada mal para um grupo estreante.

Outro fator importante é a troca de formação. Com a entrada do guitarrista Aidan Nemeth, o Wolfmother passa a ser um quarteto. Chris Ross (baixo e teclado) e Myles Heskett (bateria) saíram e foram substituídos por Ian Peres e Dave Atkins.

New Moon Rising e Back Round, as novas músicas, não acrescentam nada ao som da banda, que bebe nas fontes do sagrado hard rock setentista, principalmente Led Zeppelin e Black Sabbath. Esse disco promete.

Ouça New Moon Rising, novo single do Wolfmother.

terça-feira, agosto 18, 2009

Blotted Science: mais uma loucura de Ron Jarzombek

Formado em 2004 na cidade de San Antonio, Texas, o trio de metal progressivo Blotted Science é composto hoje por Ron Jarzombek (guitarra), Alex Webster (baixo) e Charlie Zeleny (bateria).

The Machinations of Dementia vinha sendo preparado desde o início do grupo com o baterista Chris Adler, que saiu por causa de seus compromissos com o Lamb of God.

Derek Roddy (ex-Hate Eternal) assumiu as baquetas por seis meses e também zarpou, dessa vez pelas famosas divergências musicais. Só conseguiram finalizar o disco em 2007, após a entrada de Zeleny, outro monstro no instrumento.

As 16 faixas instrumentais do álbum transbordam técnica e tudo soa como um Spastic Ink mais pesado. Em certos momentos a complexidade é tão absurda que faria inveja ao pessoal do Dream Theater e seus fãs.

Ron Jarzombek apareceu nos anos 80 com os grupos S.A. Slayer e Watchtower. Na década seguinte formou o já citado Spastic Ink e gravou com o Gordian Knot. O Blotted Science é a última loucura do guitarrista, um dos músicos mais criativos e subestimados do estilo, acredito.

Ouça Synaptic Plasticity, do disco The Machinations of Dementia.

sexta-feira, agosto 14, 2009

15 anos do maior clássico do reggae nacional

1994 foi um ano marcante na minha vida. A Copa do Mundo nos Estados Unidos despertou em mim a paixão pelo futebol (Romário é o cara).

Outra coisa da qual não me esqueço foi a aquisição de um CCE SS-5880. O CD ainda era novidade no Brasil e, para inaugurar o aparelho de som compramos Sobre Todas as Forças, do Cidade Negra.

O terceiro disco do grupo de reggae carioca, formado em 1986, marcava a estreia do vocalista Toni Garrido. O substituto de Ras Bernardo deu um tempero pop ao som da banda, sem esquecer a levada deliciosa do ritmo caribenho.

Produzido pelo renomado Liminha, Sobre Todas as Forças vendeu mais de 800 mil cópias. Com participações de Gabriel o Pensador e Shabba Ranks, e músicas como Querem Meu Sangue e Pensamento, esse álbum foi responsável por levar o estilo ao grande público.

Nos três discos seguintes (O Erê, Quanto Mais Curtido Melhor e Enquanto o Mundo Gira) o Cidade Negra manteve o trabalho de qualidade, mas sem o sucesso de antes, claro. Seria impossível superar o maior clássico do reggae nacional.

Ouça A Sombra da Maldade, oitava faixa de Sobre Todas as Forças.

quinta-feira, agosto 13, 2009

As aventuras de um metalhead pelo jazz

O guitarrista norte-americano Alex Skolnick, nascido em Berkeley (29 de setembro de 1968), Califórnia, possui uma trajetória curiosa. Abandonou o Testament no auge do sucesso, em 1993.

A alegação de que estava desanimado em relação ao metal não colou, já que em seguida entrou para o Savatage, grupo com o qual gravou o ótimo Handful of Rain.

Em 2001, regravou algumas músicas com o Testament para uma coletânea e retornou em definitivo quatro anos depois, quando lançaram Live In London. Hoje, o guitarrista diz que precisava desse tempo afastado para amadurecer como pessoa e músico.

A partir da metade da década de 90, Alex Skolnick se enveredou para o jazz fusion. Produziu dois álbuns com o Attention Deficit e, em 2001, formou o seu trio. Com Nathan Pack (baixo) e Matt Zebroski (bateria) gravou três discos, que trazem releituras jazz para clássicos do rock e composições próprias.

Se o Testament é considerado um dos maiores grupos do thrash metal, muito se deve a esse guitarrista, de longe o mais habilidoso do gênero. Por conta dessas aventuras pelo jazz, Skolnick se tornou um músico completo. Isso fica claro em The Formation of Damnation (2008), último trabalho da banda.

Ouça a versão jazz do Alex Skolnick Trio para Money (Pink Floyd).

segunda-feira, agosto 10, 2009

Ian Anderson = Jethro Tull = Ian Anderson

Poucas bandas têm no seu líder a identificação que o Jethro Tull possui com Ian Anderson MBE. Sendo o único remanescente da primeira formação do grupo, podemos dizer que Anderson e o Tull são a mesma coisa.

O cantor, compositor, multi-instrumentista e criador de salmão, que nasceu num dia 10 de agosto (1947), em Dunfermline, Escócia, é um dos artistas mais geniais já vistos por aí.

Aos 12 anos, mudou com a família para Blackpool, norte da Inglaterra, país onde viria a fundar, em 1967, o Jethro Tull. Em pouco tempo a banda se tornaria um fenômeno graças ao lançamento de discos como Aqualung e Thick as a Brick, duas obras-primas.

Como explicar que um som complexo como o do grupo, que reúne elementos do blues, hard rock, folk, progressivo e da música erudita, soe tão acessível e harmonioso? É essa a mágica de Ian Anderson, um sujeito cuja voz gentil acalma e a flauta encanta. Sem falar na performance amalucada do britânico que é um show a parte.

A exemplo do post anterior, a homenagem é merecida. A contribuição desse figura para a música, em especial o rock, não tem preço. Alguém aí conhece uma banda mais fantástica que o Jethro Tull?

Ouça My God, do disco Aqualung, de 1971.

sexta-feira, agosto 07, 2009

51 anos da voz da Donzela de Ferro

Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden e amigo de Mr. Bean, apaga 51 velinhas hoje. O inglês, que é também piloto da Monarch Airlines, apresentador de rádio e esgrimista, nasceu em Worksop, Nottinghamshire.

O cantor gravou o primeiro single da carreira com o Speed, em 1980. No mesmo ano passou a integrar a banda do guitarrista Paul Samson, com a qual gravou os álbuns Head On e Schock Tactics.

Os dois trabalhos tiveram boa repercussão e Bruce Dickinson foi chamado para fazer um teste no Iron Maiden. Com o substituto de Paul Di'Anno o grupo levou o heavy metal a um outro nível de popularidade.

Mas todo o sucesso da Donzela de Ferro não bastava. Bruce saiu da banda em 1993 para continuar a carreira solo iniciada três anos antes com Tattooed Millionaire. No período em que esteve fora (até 1999) gravou mais quatro discos, todos ótimos e com uma proposta diferente do hoje sexteto britânico.


De volta para o Iron Maiden, novos trabalhos e turnês ao redor do mundo, incluindo passagens pelo Brasil (2001, 2004, 2008 e 2009). Por todo o talento vocal e a energia em cima dos palcos, Bruce Dickinson tem seu lugar garantido entre os maiores nomes na história da música pesada.

Veja o clipe de The Tower, do Chemical Wedding, de 1998.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Quem diabos é Buckethead?

Uma das coisas que mais me intrigam desde que eu comecei a gostar de música é saber qual a verdadeira imagem do Buckethead. Quem diabos é esse monstro da guitarra com um balde de frango frito na cabeça?

A primeira vez que o vi foi no Rock In Rio III, tocando com o Guns n' Roses. A performance esquisita do mascarado, aliada a sua técnica incrível, só aumentam o mistério em torno desse personagem.

Brian Patrick Carroll, seu nome de bastismo, é bizarro na mesma proporção em que é genial. Não deve nada aos grandes mestres no quesito velocidade (veja), além de ser um compositor de mão cheia, capaz de escrever músicas nos estilos mais diversos.

Buckethead é, também, uma máquina de produzir discos. Só na carreira solo são mais de 30, sem contar os trocentos álbuns que gravou com os inúmeros projetos e bandas pelos quais já passou. Será que um dia ele irá tirar a máscara? Melhor não, talvez perca a graça.

Ouça toda a sensibilidade do guitarrista em Watching the Boats With My Dad, do disco Colma, de 1998.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Ana Carolina comemora 10 anos de carreira com novo disco e parceria com John Legend

Comemorando 10 anos de carreira em 2009, a cantora, violonista e compositora mineira Ana Carolina gravou N9ve, seu quinto trabalho de estúdio. O álbum será lançado no dia 07 desse mês pela Sony BMG.

Ao contrário de Dois Quartos, último disco da artista, N9ve é breve, possui apenas nove faixas. O direcionamento musical tomado, mais eletrônico, é novidade em sua trajetória, também.

Mas o que mais me chamou atenção nisso tudo foi a participação especial de John Legend. O cantor e pianista americano, vencedor de seis Grammy, assina a versão da música Entreolhares, que estreou nas rádios em todo o Brasil no dia 29 de julho.

Ana Carolina está seguindo a tendência de unir uma cantora brasileira com um astro internacional da música. Vanessa da Matta (Ben Harper), Wanessa Camargo (Ja Rule) e Negra Li (Akon) foram os exemplos mais recentes.

Se alguém me dissesse no meu tempo de metaleiro que eu ouviria John Legend (sou fã) e teria um blog em que escreveria sobre a Ana Carolina, provavelmente me acabaria de tanto rir. O mundo dá voltas mesmo.

Ouça Ana Carolina e John Legend em Entreolhares. Letra.

quinta-feira, julho 30, 2009

Kanye West é o novo rei do pop...

...na cabeça dele. Em recente entrevista ao Scrape TV, o controverso rapper e produtor Kanye West disse não haver ninguém melhor do que ele para tomar a vaga de rei do pop deixada por Michael Jackson.

O cantor americano falou, também, que por ser o cara que mais vende hoje, nada mais justo que ele assuma a coroa e se torne o novo rei. "Primeiro foi Elvis, depois Michael e agora, no século XXI, é a minha hora", afirmou.

Apesar da declaração ridícula, Kanye West tem os seus motivos para pensar assim. Seus três primeiros discos ganharam o Grammy de melhor álbum de rap. São 12 prêmios no total. De todos os quatro trabalhos gravados pelo dono da gravadora GOOD Music, apenas o primeiro não estacionou no topo da Billboard.

Mas West, que nasceu no estado da Geórgia no dia 07 de junho de 1977, não tem semancol. Mesmo que grave trilhões de obras-primas (o que é difícil) e venda até morrer, jamais chegará aos pés de Michael Jackson. E olha que o cara é bom, só devia parar de falar besteira.

Ouça Champion, do disco Graduation, de 2007.

terça-feira, julho 28, 2009

35 anos de Snegs, um clássico esquecido

O ano de 1974 foi muito especial para o rock progressivo. A terra foi invadida por clássicos como Relayer (Yes), The Lamb Lies Down On Broadway (Genesis) e Red (King Crimson).

No Brasil, Os Mutantes liderados por Sérgio Dias fizeram Tudo Foi Feito Pelo Sol e o Som Nosso de Cada Dia chegou com Snegs, melhor disco do estilo já gravado em nosso país.

O Som Nosso foi criado no início dos anos 70 em São Paulo. Vários integrantes passaram pela banda que se consolidou no trio Pedrão (baixo e vocal), Manito (teclados e sopros) e Pedrinho (bateria e vocal), todos muito talentosos.

Snegs abre em grande estilo com Sinal da Paranoia, um hino do rock brasileiro. É injusto citar destaques nessa obra-prima. As músicas complexas, guiadas pela tecladeira infernal de Manito, são repletas de pequenos detalhes, letras filosóficas e belos vocais.

Dois anos depois lançaram Sábado Domingo, com uma levada mais funk, e o grupo acabou. Ótimo trabalho, mesmo sem aquela veia progressiva de antes. Como deve ter bastante gente que não conhece, escolhi o fantástico Snegs para ilustrar o 100º post desse blog.

Ouça Massavilha e o maravilhoso sintetizador de Manito.

segunda-feira, julho 27, 2009

Sam Beam, o Nick Drake do século XXI

Os fãs mais exaltados dizem que ele se parece com Jesus Cristo e tem a voz de Deus. Esse é Samuel Beam, cantor e compositor de folk que atende pelo nome artístico de Iron and Wine e tem uma imensa base de admiradores.

Sam, que vive com a mulher e os quatro filhos no Texas, nasceu no dia 26 de julho de 1974 em Columbia, Carolina do Sul. Foi professor de cinema na Universidade de Miami antes de se lançar como músico.

O primeiro disco do Iron and Wine, The Creek Drank the Cradle, lançado em 2002, traz a linda voz de Sam Beam em canções intimistas e melancólicas. As comparações da crítica com o genial Nick Drake e a dupla Simon & Garfunkel trouxeram os holofotes para o artista.

Em 2004 saiu Our Endless Numbered Days, segundo álbum do Iron and Wine, dessa vez gravado em um estúdio de verdade e com a ajuda de um produtor (Brian Deck). Três anos mais tarde veio The Shepherd's Dog, o melhor até então, com a adição de instrumentos como piano, guitarra e harmônica.

No fim do mês de maio chegou às lojas a compilação Around the Well, que contém b-sides e raridades do projeto de Sam Beam. Muito bom, indicado pra quem curte ouvir um som relaxante e bem feito.

Ouça Boy With A Coin, primeiro single de The Shepherd's Dog.

sexta-feira, julho 24, 2009

A trágica história de Jason Becker

O guitarrista americano Jason Becker, que fez 40 anos na quarta-feira, é personagem de uma das maiores tragédias da história da música. Teve a carreira abreviada no seu auge devido a uma doença chamada Esclerose Lateral Amiotrófica.

O menino prodígio nascido em Richmond, Califórnia, ganhou o primeiro violão aos cinco anos. Teve as primeiras aulas com seu pai, Gary, que lhe ensinou músicas de Bob Dylan.

Aos 16 anos, enviou uma demo para a revista Guitar Player e conseguiu um contrato com a Sharpnel Records. Foi apresentado ao também guitarrista Marty Friedman, com quem formou o Cacophony. Gravaram os discos Speed Metal Symphony (1987) e Go Off! (1988).

Jason Becker impressionava pela técnica apurada e velocidade com que tocava sendo tão jovem. Seu disco solo, Perpetual Burn, gravado em 1988, é um marco na história da guitarra.

Um ano depois o músico começou a sentir uma fraqueza na perna esquerda e foi diagnosticado com o Mal de Lou Gehrig. Hoje não se move, não fala, mas se comunica usando o globo ocular.

O seu futuro brilhante foi dizimado por essa fatalidade estúpida. Imagino se isso não tivesse acontecido, não haveria Steve Vai ou qualquer outro capaz de superá-lo.Prognósticos a parte, Jason Becker não se rende, ainda escreve músicas com o auxílio de um computador. É um exemplo de vida.

Ouça a genialidade do guitarrista em Altitudes.

quinta-feira, julho 23, 2009

Fastball completa 15 anos em grande forma

O Fastball iniciou as suas atividades em 1994 sob o nome de Magneto USA. No ano seguinte, assinaram com a Hollywood Records e passaram a se chamar como são conhecidos hoje.

O trio, formado na cidade de Austin, Texas, é composto por Tony Scalzo (vocal, baixo, teclado e guitarra), Miles Zuniga (guitarra e vocal) e Joey Shuffield (bateria). Make Your Mama Proud (1996), o primeiro disco, não chamou a atenção da mídia e do público.

A sorte do Fastball começou a mudar com All the Pain Money Can Buy, segundo trabalho da banda, gravado em 1998. Impulsionado pelo sucesso do single e videoclipe The Way, o álbum vendeu um milhão de cópias em seis meses.

No dia 14 de abril desse ano lançaram Little White Lies, quinto CD do grupo. Produzido por Miles Zuniga e CJ Eiriksson, que já trabalhou com U2 e Incubus, o disco foi mixado por Bob Clearmountain (Rolling Stones e David Bowie).

Em comemoração aos 15 anos de carreira, o Fastball fez o seu melhor trabalho até hoje. Músicas alegres, com arranjos simples, belas melodias e refrões grudentos. Esse é Little White Lies, um ótimo álbum de pop/rock. Uma pena não terem o reconhecimento que merecem.

Ouça How Did I Get Here, um dos destaques de Little White Lies.