sexta-feira, maio 26, 2006

Entrevista com Ozias Alves Jr.

Há pouco mais de quatro anos, o jornalista Ozias Alves Jr., editor do jornal ‘Biguaçu em Foco’ (SC), compilou uma série de histórias e informações que resultaram no breve histórico do heavy metal na grande Florianópolis.

Fruto de muita pesquisa, este documento foi publicado primeiramente no site Whiplash, o maior portal sobre rock no país, onde recebeu inúmeros elogios dos leitores, hoje ele figura na página que o jornal possui na internet.


Ética Musical: Quando surgiu a idéia de criar este dicionário do heavy metal?
Ozias Alves Jr: Surgiu numa conversa com um grande amigo meu dos tempos do colégio Catarinense, o Alexandre Benedet “Camisão”. Ele comentava sobre as antigas bandas de heavy e que não havia qualquer registro sobre as mesmas. Aí tive a idéia de escrever o "Breve Dicionário do Heavy Metal da Grande Florianópolis".

EM: Como foi o processo? Qual a maior dificuldade?
OAJ: A idéia original era escrever a história do heavy metal da Grande Florianópolis. No entanto, desisti dessa idéia, pois, como sou muito ocupado, não teria tempo de empreender a pesquisa. Sou editor de um jornal diário. A solução passou a ser escrever em formato de "dicionário". É mais rápido e prático. A maior dificuldade que tive foi justamente a falta de documentação.

EM: Terá alguma atualização nas informações?
OAJ: Boa pergunta. Desejo atualizar, é verdade. Aliás, minha vontade é fazer um site com o dicionário e, ao final de cada verbete, disponibilizar as músicas em MP3 das bandas citadas. Quando fiz a pesquisa, no final de 2001 e no primeiro semestre de 2002, percebi que muitos antigos roqueiros da Grande Florianópolis guardam fitas cassetes. São gravações de ensaios, shows, piratas, no banheiro (onde a acústica é melhor para gravações caseiras) etc. Se vier a fazer uma atualização, se o tempo permitir, desejarei fazer com essas gravações. Assim muita gravação será salva do completo desaparecimento.

EM: O tema do meu trabalho é ética na música, como você acha que ela pode ser aplicada neste meio?
OAJ: Sobre ética na música, não tenho o que falar por não ser músico. Posso dar um palpite: trata-se de não respeitar as regras estabelecidas pela legislação do setor.

EM: Quais são as suas bandas/estilos preferidos?
OAJ: Minhas bandas preferidas? Bom! Para começar, não sou um "radical”, gostava tanto do rock and roll quanto do heavy metal. Certa época fui chamado pejorativamente “Ozias rock and roll”. Engraçado. Quem me chamava disso, hoje canta que ama o rock and roll. Comecei escutando Kiss, que é ora chamado de heavy metal ora de hard rock, ora de rock, mas o certo mesmo seria “Kiss” pois os caras são fora de série. Outra banda que virou minha cabeça foi o Venom, os precursores do black metal. É uma banda de Newcastle, norte da Inglaterra. E na Grande Florianópolis, as bandas que me fizeram a cabeça são o Burn, o Corrente Sanguínea, o Vastness e o Gardênia. Esta última tem uma canção fora de série. Trata-se de “Óleo Diesel”, um verdadeiro hino ao estilo rock and roll de viver.

Ética no Jornalismo Musical

Podemos falar de ética no jornalismo, mas o que seria ética no jornalismo musical? Em entrevista para o blog, Pedro Leite, coordenador da Rádio Itapema FM, disse que seria o jornalista que não se deixa ser comprado, que coloca as músicas escolhidas para o público e não para a gravadora.

O jornalista ético é aquele profissional que não se deixa ser pautado, que vai atrás das informações e das músicas com boa qualidade, com mensagens que se possa pensar a respeito e se sentir bem, acredita o radialista. "O grande erro dos jornalistas de música seria esquecer que eles têm um compromisso de qualidade e responsabilidade com o público", afirma.

Pedro Leite fala da falta de profissionais capacitados para trabalhar no meio musical e diz garante: quem trabalha na rádio não é formado, mas sim, radialistas, que não precisam ter formação acadêmica para trabalhar e, dessa forma, estão ocupando cargos errados. Leite comenta também que atualmente "os radialistas têm um ego gigante, a voz razoável e o cérebro pequenino".

Entrevista com Pedro Leite

Pedro Leite é coordenador da Rádio Itapema, formado em Jornalismo e Filosofia, pós-graduado em Comunicação Social e professor universitário.

Foi chamado para coordenar a rádio Itapema em 1991, com a proposta de fazer uma rádio direcionada para “classe A”. Leite brinca, dizendo que decidiu fazer sim para “classe A”, mas classe A de inteligência, não para os ricos.

Na Itapema as músicas são escolhidas e os CDS comprados, com o objetivo de ser ético com o seu público e com ela mesmo, pois argumenta que o profissional ético, o é em tudo na vida e não só em uma coisa.

A rádio compra os discos das gravadoras antes mesmo deles serem colocados à venda no mercado. Isso é feito com o compromisso com a rapidez, em que os ouvintes têm em “primeira mão” as músicas que eles gostam. O coordenador fala que em outras rádios, recebem os álbuns das gravadoras e, por isso, parece que todas as rádios tocam as mesmas músicas, pois não escolhem.

Leite fala que o público pode ir contra as rádios que tocam música com letras vulgares e/ou preconceituosas, como é o caso do Rap e do Funk. Na sua casa, seus filhos até conhecem através de amigos esses tipos de música, mas na sua residência não se escuta isso.

Tenta conversar com seus filhos sobre essas músicas, que são de péssima qualidade, na opinião do jornalista. “Temos de ser educadores, para que nossos filhos não sejam ‘consumidores passivos’, que eles escolham o que vão ouvir e absorver como o certo para sua vida” finaliza.

quinta-feira, maio 25, 2006

O Funk e o Rap perderam a sua essência

O funk e o rap inicialmente eram formas de expressão das pessoas que moravam nos subúrbios dos EUA, mas, atualmente suas letras tratam, na sua grande maioria, o sexo de forma vulgar. “É quase um manual sobre como fazer sexo”, diz Monique Bley, estudante que pretende se graduar em música, se referindo ao funk.

Já o rap é associado à música de “gangsta”, com suas letras carregadas, com palavrões e gírias, que falam sobre o dia-a-dia das favelas, armas e bandidagem. O estilo não é de todo ruim, claro. Ainda temos grupos que fazem do rap a sua liberdade de expressão, de gente que sofre com a pobreza e a injustiça desse país.

Dessa forma as pessoas acabam tendo preconceito e discriminando os estilos musicais, o que não deveria ser o objetivo inicial, o de mostrar aos que não convivem com essa realidade que eles são mesmo marginalizados pela sociedade e precisam de ajuda, para tentar dessa forma amenizar a desigualdade.

Os meios de comunicação dão muito espaço para esses tipos de músicas, pois a ética não conta mais, mas sim a guerra pela audiência, na qual o sucesso do rap e, principalmente do funk, os fazem permanecer no ar e a população acaba acreditando que isso é a nossa música e a realidade de nosso país.

quarta-feira, maio 24, 2006

Música é paixão

A música é uma manifestação cultural das mais importantes, talvez a que mais desperte sentimento nos que são fãs, pois tratam de todos os assuntos e atingem a todo tipo de público. Músicos tornam-se ídolos de muitos e uma banda é tida como sua “religião”. Em alguns casos os fãs se revoltam quando suas bandas preferidas encerram as atividades, é aí que surgem as tragédias.

A mais famosa delas aconteceu no dia 8 de dezembro de 1980, em Nova Iorque, quando John Lennon foi abordado por Mark David Chapman, na época com 25 anos, um fã desesperado, que acabou atirando em seu ídolo. Lennon morreu aos 40 anos e será lembrado para sempre por ter sido o líder do maior fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles. Chapman permaneceu no local e foi preso.

Outro fato mais recente que também marcou foi a morte do guitarrista Dimebag Darrell, da banda americana Pantera. O músico foi assassinado no dia 8 de dezembro de 2004, quando o jovem Nathan Gale, 25, subiu ao palco da casa de shows Alrosa Villa, em Ohio (EUA), onde o guitarrista estava fazendo um show com sua nova banda, o Damageplan, e efetuou vários disparos, que vitimaram um segurança da banda, um espectador, um funcionário da casa de shows, além do próprio Dimebag. Gale foi morto por um oficial de polícia.

Loucos ou apaixonados? Um pouco de cada, talvez. O certo é que essa paixão que a música traz para a vida de alguém pode transcender até a ética. E o sonho acabou pra muita gente...

terça-feira, maio 23, 2006

A questão das drogas

As drogas sempre fizeram parte do meio musical. Isso nunca foi novidade. Seja a maconha, imortalizada no reggae do jamaicano Bob Marley, ou até mesmo drogas mais pesadas como o LSD e a heroína no Rock.

Muitos artistas consomem e os fãs também. Não generalizando, é claro. Nem todo músico usa droga e nem todo fã precisa da mesma para aproveitar um show. Na história temos trajetórias de sucesso de bandas que são interrompidas por fatalidades, de um músico, por exemplo, morrer de overdose de drogas.

A droga do momento é o Ecstasy, ou se preferirem, MDMA, popularmente conhecida como "bala", consumida em sua maioria nas "raves", assim chamadas as festas que acontecem em sítios, onde se toca música eletrônica.

Nem todo mundo que vai para a rave usa a droga, é claro, vai para entrar em contato com a natureza, dançar e se encontrar com os amigos. Mas tem gente que vai para "fritar", gíria usada pelos freqüentadores, que significa dançar sem parar sob o efeito do ecstasy. Vejam o que uma "balinha" dessas pode fazer. Lamentável.

O famoso Jabá: Prática condenável da Indústria Fonográfica

Maria Rita - Segundo (2005)

Mais para o final do ano de 2005, o até então novo CD da cantora Maria Rita, filha da eterna Elis Regina, gerou uma grande polêmica na mídia.

Na ocasião, a gravadora da intérprete, a Warner, numa jogada sensacional de marketing, presenteou cerca de 30 críticos renomados com um aparelho iPod Shuffle, um sofisticado tocador de mp3, para que pudessem “avaliar melhor” o disco.

O iPod, segundo a gravadora, seria eficaz para os jornalistas se prepararem antes de entrevistar a artista. Mas o presente não se fazia necessário, pois nesse kit que os jornalistas receberam, continha o CD e um DVD, com o making of da gravação, dispensando então o aparelho com as mp3 do disco. Esta prática não é nem um pouco nova e não acontece somente aqui, pelo contrário.

Alguns jornalistas falaram bem, outros devolveram o brinde e criticaram, mas o que está em questão é onde está a ética do profissional que recebe o presente e a falta de ética dos grandes empresários das gravadoras que fazem parte desse esquema.

No tempo em que a mediocridade reina no cenário musical, muitos artistas que deveriam vencer pelo talento, não chegam ao estrelato, enquanto outros, com não muita aptidão artística, chegam ao topo através dessa propaganda esmagadora de marketing.

segunda-feira, maio 22, 2006

Live 8 - Pelo perdão da dívida externa

Vinte anos após o Live Aid, histórico festival realizado para contribuir com a luta contra a fome na Etiópia, Bob Geldof e Midge Ure retornam com tudo com o Live 8, ocorrido nos dias 2 e 6 de julho, nos países mais ricos do mundo, mais a África do Sul. Desta vez, a dupla organizadora contou com a ajuda do líder do U2, Bono Vox.

Antecedendo o 31º encontro do G8, que seria realizado no mesmo mês, o Live 8 teve como objetivo maior pressionar os principais líderes mundiais para perdoarem a dívida externa das nações mais pobres do planeta, além de lutar por regras mais justas de comércio entre estes países.

Dezenas de grupos se apresentaram no festival, entre eles o Pink Floyd, que não tocava junto com a formação clássica há 24 anos, sendo este um dos momentos mais marcantes dos shows.

Com uma cobertura e divulgação jamais vistas para um evento musical, o Live 8 foi transmitido por mais de cerca de 200 emissoras de TV no mundo inteiro - sendo aqui no Brasil pela MTV - e assistido por milhões de pessoas. A luta continua.

domingo, maio 21, 2006

Heavy Metal contra a fome

Na década de 80 virou moda fazer festivais e projetos para ajudar os famintos do continente africano.

Em 1986, aproveitando o momento, grandes nomes do heavy metal na época tiveram a idéia de gravar e lançar um single, tendo toda a sua renda repassada a essa causa. Foram feitos também pôsteres, camisetas, bandanas e outros produtos relacionados ao projeto.

O Hear ‘N Aid, sob o comando do vocalista americano Ronnie James Dio, gravou a música “Stars”, que contou com muitas participações especiais, tanto nas vozes, com os versos divididos entre vários cantores, como Rob Halford (Judas Priest), quanto nas guitarras, com vários solos executados por diversos instrumentistas, como a dupla do Iron Maiden, Adrian Smith e Dave Murray.

Além do single "Stars", o álbum vinha com versões ao vivo de canções de bandas consagradas como o Rush e os Scorpions. Este projeto não vendeu milhões de cópias como o USA for Africa, projeto de músicos americanos comandado por Leonel Richie e Michael Jackson, que lançou em 85 o LP We Are the World, mas serviu de exemplo para outros artistas, que, com sua música, podem ajudar as pessoas. Valeu a intenção.


Veja o clipe de Stars.

quarta-feira, maio 10, 2006

Live Aid - Pela Etiópia

O Live Aid foi um festival beneficente organizado pelos cantores Bob Geldof e Midge Ure e aconteceu no dia 13 de Julho de 1985.

O objetivo era ajudar os famintos da Etiópia com o dinheiro arrecadado. Bandas famosas contribuiram para o sucesso do Live Aid e abrilhantaram o espetáculo com suas performances, como o Queen, David Bowie e o U2.

Diversos shows ocorreram em oito países, em sua maioria nos Estados Unidos (Filadélfia, quase 100 mil pessoas) e na Inglaterra (Londres, 70 mil espectadores). Além destes países, ocorreram shows na Rússia, Austrália, Iugoslávia (atual Sérvia), Alemanha, Áustria e Japão.

A transmissão do evento foi feita pela BBC na Europa e ABC nos EUA e estima-se que mais de um bilhão de pessoas assistiram aos shows. Especula-se que foram arrecadados cerca foi de 250 milhões de dólares com as apresentações, as doações por telefone e com os produtos relacionados. O Live Aid foi importante pelo seu pioneirismo e influência nos demais projetos que viriam a acontecer.

segunda-feira, maio 08, 2006

Música como forma de protesto

Que o U2 é um dos grupos mais importantes da história da música isto ninguém tem dúvida. Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. fazem parte desta que pode ser a banda mais politizada que já se teve notícia. Letras como a de Sunday Bloody Sunday, que trata da divergência entre católicos e protestantes na Irlanda ou Pride, dedicada a Martin Luther King mostram o lado sério do conjunto.

Bono, por sua vez, é um dos homens mais poderosos no meio musical. Usa sua fama para estabelecer contato com líderes mundiais. Seu objetivo é acabar com a fome e a miséria no mundo, principalmente nos países africanos. No ano de 2005 foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por suas atitudes.

Este vídeo foi gravado em Chicago, da turnê Vertigo 2005, onde Bono faz um apelo às autoridades mundiais, especialmente para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e a Tony Blair, primeiro-ministro inglês. Os países mais ricos poderiam atender ao pedido do vocalista, perdoar a dívida dos mais pobres. Este é um claro exemplo de como a ética pode ser aplicada na música. Conscientização Social.

É só esperar carregar e assistir, pensem nisso.