quarta-feira, março 31, 2010

Sound Session #1 (Opeth)

Olá, amigos e leitores do Estética Musical. A partir de hoje está inaugurada a Sound Session. Uma vez por semana vou postar um som sem preocupação com formato de texto, histórias e outras frescuras.

Para começar, escolhi o Opeth, uma das minhas bandas preferidas. O grupo sueco completa 20 anos de formação em 2010 e tem como líder o genial Mikael Åkerfeldt.

A trilha sonora deste post é um cover. Would é uma das melhores do Alice In Chains, que voltou no ano passado. Como pode ter ficado tão parecida, porém completamente diferente ao mesmo tempo? Alguns criticaram, mas Åkerfeldt a transformou em Opeth, coisa que só os mestres podem fazer.

Espero que gostem da nova seção. Ouça Would, lançada em 2008.

segunda-feira, março 29, 2010

Ricky Martin sai do armário

O eterno menudo e cantor porto-riquenho Ricky Martin declarou hoje que é gay. E a pergunta que não quer calar é a seguinte: E daí? Por dois motivos. É novidade pra alguém? O que isso muda?

Quem não gostava do cara até agora, não vai mudar de opinião só por ele ter assumido a sua homossexualidade. Mas os fãs vão admirá-lo ainda mais por sua coragem de expor algo tão pessoal na mídia.

Acho engraçado depois de tanto tempo ele vir e soltar uma "bomba" dessas. Não precisava. Ricky Martin foi um dos grandes astros da música latina nos anos 90 e não vai perder tudo o que conquistou ao longo dos anos, muito menos deixar de ser talentoso por causa disso.

Será que os 60 milhões de discos vendidos pelo cantor serão devolvidos? Acho que não. Duvido que algum fã do Freddie Mercury, Rob Halford (Judas Priest), Elton John e George Michael tenha feito essa besteira. Espero que ele esteja feliz. Isso é o que importa.

Veja o clipe de She Bangs, de 2000.

sábado, março 27, 2010

O mundo é um gueto

Poucas coisas me deixam mais feliz do que ouvir um funk de verdade, tocado com toda aquela devoção à música que o gênero exige.

No caso específico do War, esse sentimento é elevado à enésima potência, tendo em vista a experimentação contida no som do grupo.

Mas antes de falar do septeto norte-americano, criador do hit Low Rider, vamos explicar como as coisas chegaram até esse disco aí da foto, o sensacional The World Is a Ghetto (1973).

O War foi criado em 1969, por Eric Burdon, do Animals, uma das maiores bandas inglesas. Cansado do rock, o vocalista britânico decidiu investir em uma sonoridade calcada no funk e, somado a estilos como o jazz, a música latina, além do próprio rock, gravou dois álbuns indispensáveis na coleção de qualquer um.

Em 1971, Burdon pegou o seu banquinho e saiu de mansinho no meio de uma turnê. A tigrada continuou sem ele (nem fez falta) e lançou pelo menos três clássicos, colocando o seu nome entre os grandes nomes da música em todos os tempos.

Confira o talento do grupo em The World Is a Ghetto.

quinta-feira, março 25, 2010

Mudança de planos no Deftones

Em novembro de 2008, o grupo californiano Deftones sofreu um grande baque. O baixista Chi Cheng bateu o carro e ficou meses em coma e até hoje está em estado de semiconsciência.

Na época, a banda estava gravando Eros, o sexta disco da carreira. Mesmo tendo o trabalho quase finalizado, o quinteto decidiu recomeçar do zero.

Com o baixista do Quicksand, Sergio Vega, o Deftones gravou Diamond Eyes, um dos seus melhores álbuns. A data prevista para o lançamento é 18 de maio, pela Warner Bros. Records. O segundo single (foto), saiu dia 23 de março. Alguém achou a capa parecida com o Standing On the Shoulder of Giants do Oasis?

O som continua praticamente o mesmo. Mesclando momentos incrivelmente pesados com refrões melódicos (marca registrada do grupo), o Deftones entrega um disco que esbanja maturidade.

Conheci a banda em 2000, quando joguei Dave Mirra Freestyle BMX. O engraçado é que, apesar de Be Quiet and Drive (Far Away) ser uma música fantástica, nunca dei bola para o quinteto liderado pelo vocalista Chino Moreno. Azar o meu.

Ouça Risk, um dos destaques de Diamond Eyes.

sexta-feira, março 19, 2010

Scorpions se despede com ótimo disco

Sting In the Tail, 17° disco de estúdio gravado pelo Scorpions, que será lançado hoje pela BMG, encerra a trajetória da maior banda alemã de todos os tempos.

O álbum, gravado no ano passado e produzido pela dupla Mikael "Nord" Andersson e Martin Hansen, traz o som que consagrou o grupo nos anos 80.

Em Sting In the Tail, temos grandes músicas como Spirit of Rock, com sua pega hard, a ótima balada The Best Is Yet to Come, além da surpreendente The Good Die Young, com a participação especial da cantora finlandesa Tarja Turunen (ex-Nightwish).

Após 45 anos na estrada, o quinteto hoje formado por Klaus Meine (vocal), Matthias Jabs (guitarra), Rudolf Schenker (guitarra), Pawel Maciwoda (baixo) e James Kottak (bateria), decidiu sair de cena.

A turnê para promover o último disco do Scorpions, batizada de Get Your Sting and Blackout, tem previsão de terminar em 2012. Depois de alguns equívocos na carreira, a banda se despede de forma digna, com um ótimo trabalho. Nada mais justo.

Ouça Raised On Rock, primeiro single do álbum.

domingo, março 14, 2010

A volta por cima de Wally

Depois de ouvir End Ever, primeiro disco do Astafix, lançado em novembro do ano passado, não consigo deixar de pensar em uma coisa. O que diabos Wally estava fazendo no CPM 22?

Não há quem não fique surpreso com o estilo musical adotado pelo ex-guitarrista de uma das bandas brasileiras de maior sucesso na última década.

Ao lado de Ayka (Chipset Zero, baixo e vocal), Thiago Curia (bateria) e Paulo Schroeber (Almah, guitarra solo), Wally, que assume os vocais nesse projeto, mostra que é um músico competente e manda ver um som pesado e moderno, altamente influenciado por Pantera, Sepultura e Slayer.

Quer saber? O cara está certo. Fez o seu pé de meia com o rock adolescente do CPM e hoje tem a oportunidade de tocar o som que gosta. Quem ganha com essa atitude é o metal brasileiro, que ganhou o Astafix, mais um grupo promissor.

Veja o clipe de Red Streets.

quarta-feira, março 10, 2010

World (Electronic) Music

É difícil acreditar que o norte-americano Doug Appling produziu o disco Soon It Will be Cold Enough (2006) aos 19 anos. Sob a alcunha de Emancipator, o jovem nos faz viajar para outras dimensões.

É quase impossível, também, descrever como soa o trabalho do cara, só ouvindo para saber. Eu já tinha recebido alguns sinais de que a música eletrônica pode ser boa, mas faltava conhecer o Emancipator, a peça que faltava para confirmar a ideia.

Sobre o novo álbum, Safe In the Steep Cliffs, lançado de forma independente no dia 19 de janeiro deste ano, Appling afirmou em seu site que o disco traz suas melhores batidas feitas nos últimos três anos, mais gravações originais (guitarra, teclado, baixo, violino...) e samples do mundo todo.

Eletrônica, down-tempo, trip hop ou tudo junto? O que posso dizer é que a música do Emancipator é a minha grande descoberta nesse ano e, com certeza, Safe In the Steep Cliffs estará entre os melhores de 2010. Altamente recomendável.

Ouça Soon It Will be Cold Enough to Build Fires, de 2006.

sábado, março 06, 2010

Talento + Ego = Jørn Lande

Poucos vocalistas chamaram tanto a atenção na última década quanto o norueguês Jørn Lande, o senhor ego. Encrenqueiro como poucos, o nórdico não se mantém em um grupo por mais de cinco anos.

Desde 1993, quando estreou no cenário do hard rock/heavy metal com a banda Vagabond, Lande demonstrou a sua versatilidade em cerca de 30 discos, divididos entre 14 projetos diferentes.

O currículo do cantor é vasto. Jørn gravou com o The Snakes, Mundanus Imperium, Ark, Millenium, Beyond Twilight, Brazen Abbot, Russel Allen, Avantasia, Ken Hensley, Masterplan e Ayreon. Sem falar na carreira solo, iniciada em 2000, com sete trabalhos lançados.

Alheio às comparações com Dio e Coverdale, o vocalista conseguiu se firmar como o mais talentoso da sua geração. Quem duvida basta ouvir os álbuns Burn the Sun, The Devil's Hall of Fame ou Masterplan para comprovar.

Falando em Masterplan, Jørn Lande voltou para o grupo três anos depois de ter alegado as famosas diferenças criativas. Um novo disco está programado para sair em abril, pela gravadora AFM Records. Vamos ver se agora dá certo.

Ouça Master of Sorrow, gravada em 2007.

quinta-feira, março 04, 2010

O som de Canterbury

Canterbury é conhecida por duas coisas: pela histórica Catedral da Cantuária, construída há séculos em estilo gótico, que é patrimônio da Unesco, e pela cena musical criada no final dos anos 60.

Na cidade localizada no sudeste da Inglaterra, que hoje tem mais de 50 mil habitantes, surgiram bandas como Soft Machine, Caravan e Gong², que faziam um som que misturava o rock progressivo com o jazz e a psicodelia.

Mais do que uma vertente do rock, a cena de Canterbury produziu artistas que apareceram e sumiram da mesma forma meteórica, deixando apenas um registro para os fãs do gênero. O caso mais famoso é o do Khan, que durou 18 meses.

Formado em abril de 1971, em Londres, a banda contava com os melhores músicos da região como Nick Greenwood (baixo e vocal), Eric Peachy (bateria), Dave Stewart (teclados) e o mestre Steve Hillage (guitarra e vocal).

O resultado dessa união é Space Shanty, lançado em maio do ano seguinte pela Deram Records. As seis belíssimas e complexas composições do disco deixam uma incrível vontade de ouvir mais, o que infelizmente não é possível.

Outras bandas da cena já citadas acima tiveram mais sorte que o Khan, lançaram vários álbuns e ainda hoje são lembradas como grandes nomes do rock progressivo, mas possivelmente não gravaram um disco tão bacana quanto esse, um dos clássicos perdidos do estilo.

Confira o post no site Progshine.

Ouça Driving to Amsterdam, quarta faixa de Space Shanty.



²Banda de origem francesa.