terça-feira, junho 30, 2009

Paul Di'Anno anuncia 10 datas no Brasil

Acho que já perdi a conta das vezes em que o vocalista britânico esteve no Brasil para uma série de shows, por isso não vejo o motivo de tanto alarde na mídia. A turnê, que tem início no dia 03 de julho, em Curitiba, passará por quatro estados, sendo duas datas em Santa Catarina. Saiba mais aqui.

Paul Andrews, nome de batismo de Paul Di'Anno, não é o que podemos chamar de grande vocalista. O cantor, nascido no dia 17 de maio de 1958 em Chingford, Inglaterra, apenas estava no lugar certo e na hora certa.

Di'Anno foi o primeiro frontman a gravar com o Iron Maiden. Saiu do grupo após o lançamento do segundo trabalho, o clássico Killers, em 1981. Desde então vive às custas da breve fama conquistada nos quatro anos em que foi vocalista da Donzela de Ferro.

O que faz as pessoas cultuarem um artista decadente como ele, que não produz nada relevante há mais de 20 anos? Apesar de um trabalho bom aqui e outro ali, como o Battlezone, por exemplo, o cara só teve a sorte de cantar músicas maravilhosas de uma das maiores bandas de heavy metal em todos os tempos e se aproveita disso muito bem. Eu passo.

Ouça Innocent Exile, sexta faixa do álbum Killers.

segunda-feira, junho 29, 2009

A música pop na terra dos Bamboocha

O Fat Freddy's Drop, septeto formado em 2000, na cidade de Wellington, capital da Nova Zelândia, é um daqueles grupos que nos dão a certeza de que existe, sim, um universo paralelo a toda essa mesmice que ronda o mercado da música ultimamente.

A banda, composta por Joe Dukie (vocal), Tony Chang (trompete), Chopper Reedz (saxofone), Jetlag Johnson (guitarra), Dobie Blaze (teclados), DJ Fitchie (programação) e Hopepa (trombone), é um fenômeno no seu país de origem.

Based on a True Story, o primeiro trabalho, lançado em 2005, alcançou o disco de platina sete vezes (105 mil cópias) e rendeu ao Fat Freddy's Drop os prêmios no New Zealand Music Awards nas categorias de melhor álbum, grupo, clipe, escolha da audiência - dois anos seguidos - e ainda foi o disco mais vendido no país.

O segundo CD do septeto, Dr. Boondiga & the Big Bw, lançado no dia 02 desse mês, de forma independente, traz a já consagrada e deliciosa mistura de ritmos que vem encantando os fãs, cada vez em maior número, ao redor do mundo.

A vertente principal do som do Fat Freddy's Drop é o dub. Nas nove faixas do álbum temos as batidas eletrônicas e os baixos sampleados, a levada cadenciada do reggae, belas melodias pop, vocais soul e improvisações jazzísticas. Vai ficar difícil escolher os melhores discos desse ano.

Ouça The Raft, música cinco de Dr. Boondiga & the Big Bw.

domingo, junho 28, 2009

Conversafiada e muita música na Rádio Biguaçu FM

Pessoal, há três semanas estou com um programa na Rádio Biguaçu FM (98,3) chamado Conversafiada, que vai ao ar todos os domingos (ao vivo) às 20h30.

Discutimos de forma descontraída as notícias da cidade e do mundo, curiosidades, esporte e música, é claro. Falando nisso, o Blog está representado com o quadro Estética Musical, no qual toda semana apresento um artista ou grupo que não costumam tocar nas rádios convencionais.

Para os que não podem ouvir no horário ou não moram na cidade, o programa é disponibilizado no dia seguinte no blog do programa. Espero que gostem.

sexta-feira, junho 26, 2009

O imortal Michael Jackson

O mundo inteiro já sabe, então esse post não noticia nada, apenas faz uma homenagem, que se faz necessária nesse momento. A música pop perdeu a sua majestade, Michael Jackson.

Não cabe a mim, também, fazer qualquer tipo de julgamento sobre os fatos polêmicos que cercaram a vida pessoal do artista. O que interessa aqui e sempre estará em primeiro plano no blog é a música.

Michael Joseph Jackson nasceu na cidade de Gary, estado de Indiana, no dia 29 de agosto de 1958. Aos 11 anos, assinou o seu primeiro contrato profissional com a lendária Motown Records. Michael e o Jackson 5, grupo que tinha com quatro dos seus irmãos, ficaram na gravadora até 1975.

No mesmo ano firmaram um acordo com a Epic e mudaram o nome da banda para The Jacksons, por imposição da antiga companhia. Lançaram três álbuns até Michael encontrar o renomado produtor Quincy Jones e entrar de vez em carreira solo ao gravar o clássico Off the Wall, em 1979. Jones ainda produziria Thriller, o disco mais vendido de todos os tempos.

Michael Jackson estava ensaiando para uma concorridíssima turnê em Londres e faleceu ontem, aos 50 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. Seu último trabalho foi Invincible, lançado em 2001. A música perdeu mais um dos seus grandes gênios. Que descanse em paz.

Ouça The Girl Is Mine, do Thriller, com Paul McCartney, e Black or White, do Dangerous (1991), com o Slash na guitarra.



quinta-feira, junho 25, 2009

Krautrock? Que nada, Estados Unidos mesmo

Apesar do nome sugerir, o Nitzinger não é uma banda alemã, portanto, não pode ser chamada de Krautrock. É um tesouro escondido na cidade de Fort Worth, no deserto do Texas, segundo maior estado americano.

Formado pelo guitarrista e vocalista John Nitzinger no início dos anos 70, o trio completado por Linda Waring (bateria) e Curly Benton (baixo) é mais um daqueles ótimos grupos que somem sem explicação.

Além de ser um bom cantor e um hábil guitarrista, John se destacou compondo muitas músicas para os seus amigos e conterrâneos do Bloodrock, que chegaram a ganhar disco de ouro por Bloorock 2. Foi recompensado com um contrato com a Capitol Records para gravar os seus dois trabalhos solo.

Em Nitzinger (1971) e One Foot In History (1973), este último com o guitarrista Bug Henderson, está registrado o mais puro som do rock and roll. São dois álbuns ecléticos, também, que combinam o peso do hard setentista com o gingado do blues e o toque country do southern rock.

Depois disso, John Nitzinger participou, em 1980, de uma banda chamada PM, com o baterista Carl Palmer, e gravou o disco Zipper Catches Skin, em 1982, do Alice Cooper. Fora isso, não fez mais nada de relevante musicalmente, mas o guitarrista texano colocou o seu pé na história ao lançar esses dois clássicos do rock.

Ouça Earth Eater, faixa quatro de One Foot In History, de 1973.

sexta-feira, junho 19, 2009

Heavy Metal do Senhor

Algumas bandas de rock cristão conseguem romper as barreiras impostas pelo preconceito e atingir as grandes massas. No cenário internacional temos exemplos como P.O.D. e Tourniquet.

A Oficina G3, fundada em 1987, em São Paulo, é a maior representante do estilo aqui no Brasil. Apenas o guitarrista Juninho Afram, um dos melhores do país, restou da primeira formação do grupo.

Com a saída do vocalista PG, adorado pelos fãs até hoje, em 2003, Afram assumiu o microfone e a banda tomou um rumo inesperado. Os desavisados se assustaram ao ouvir Além do Que os Olhos Podem Ver, lançado em 2005. Um som repleto de peso, intrincado e progressivo que agradou em cheio os fãs do heavy metal, cristãos ou não.

No ano passado a Oficina G3, que é formada hoje por Jean Carllos (teclados) e Duca Tambasco (baixo), recrutou o novo vocalista Mauro Henrique, vindo de Brasília. Completam o grupo os músicos contratados Alexandre Aposan (bateria) e Celso Machado (guitarra). Com esse time gravaram, em 2008, o excelente Depois da Guerra (foto).

Produzido pela dupla Marcello Pompeu e Heros Trench, do Korzus, o disco mostra uma banda amadurecida musicalmente. Com claras influências de Dream Theater, o grupo impressiona pelo som, pesadíssimo, e pela técnica dos integrantes, principalmente de Juninho Afram, que arrebenta em riffs e solos de caírem o queixo. Vale a pena conferir.

Ouça Eu Sou, terceira música de Depois da Guerra, de 2008.

quarta-feira, junho 17, 2009

Chickenfoot: estrelas do rock juntas em supergrupo

Quando estrelas do rock se unem para gravar um disco as expectativas são as melhores possíveis. Ainda mais se forem do nível de Sammy Hagar (vocal), Joe Satriani (guitarra), Michael Anthony (baixo, ex-Van Halen) e Chad Smith (bateria, Red Hot Chili Peppers).

Juntos há pouco mais de um ano, o Chickenfoot é a grande novidade de 2009. Quem nunca imaginou ver um dos melhores guitarristas do mundo em uma banda de verdade? Desde a sua estreia como artista solo, em 1986, com Not of This Earth, é a primeira vez que Satriani participa efetivamente de um grupo.

Impossível acreditar que Sammy Hagar, o melhor vocalista que o Van Halen já teve, está com 61 anos, a voz dele soa melhor do que nunca. Difícil, também, é apontar um destaque nesse trabalho, fantástico do início ao fim.

Vocais magníficos, refrões grudentos, riffs e solos perfeitos e uma seção rítmica fenomenal é o que você vai encontrar em Chickenfoot. Se alguém tinha dúvida do grande baterista que Chad Smith é ela acaba por aqui. O cara dá todo um peso e balanço especiais ao som da banda.

Ao ouvir o novo disco, lançado no dia 5 deste mês pela earMUSIC, fica evidente o clima de descontração entre os músicos, que deve ter contribuído para o alto astral das canções. Joe Satriani está tão à vontade não sendo o protagonista que parece estar com o grupo há muito tempo. E isso é ótimo.

Produzido por Andy Johns, engenheiro de som do Led Zeppelin e dos Stones, o álbum foi inteiramente gravado no Skywalker Sound, estúdio de proriedade de George Lucas. Uma aula de hard rock. Que não fique só nesse disco.

Ouça Learning to Fall, música nove de Chickenfoot.

domingo, junho 14, 2009

Quem viu, viu

No último sábado, 13, foi realizado o terceiro e, quem sabe, último Clube da Luta em Biguaçu. O evento, criado em 2006, tem como objetivo promover o trabalho autoral das bandas catarinenses.

Cerca de 150 abnegados compareceram ao antigo camping de São Miguel e puderam conferir quatro boas (e curtas) apresentações. Há quem considere panelinha, mas é interessante ver que um movimento organizado por músicos deu certo.

Às 23h, Os Berbigão abriram a fria noite da melhor maneira possível. Na estrada há 10 anos, o quinteto, atualmente formado por Luciano Postal (guitarra e vocal), Roberto Bez (teclados), Alex Justino (bateria), Daniel Bez (baixo) e Helio Abreu (guitarra), faz um rock com contornos pop de muita qualidade.

Divulgando o último disco, Vento, que está para download gratuito no site oficial dos Berbigão, tocaram músicas como Tanto Tempo, Basta Você Dizer que Vem e Depois do Verão, que você confere no vídeo abaixo.



Eu tenho um problema com os shows da Jeremias Sem Cão. Gosto tanto do som dos caras que sempre saio querendo ouvir mais. Tenho certeza de que isso não acontece só comigo.

O trio, composto por JP (guitarra e voz), Fernandes (baixo e vocal) e Rogério (bateria), está gravando um novo disco nos moldes do ótimo Metaphorai, lançado em 2006. Vem coisa boa por aí, podem aguardar.



À 01h foi a vez da Gran Cassino subir ao palco e executar o seu rock alternativo, uma mistura interassante do som dos anos 70 com o blues, o southern, o grunge e a música brasileira.

Em fase de preparação do primeiro trabalho, a banda, que conta com Maykon Kindermann no vocal e guitarra, Marco Fonseca nas seis cordas, Jonatan Strange no baixo e Yve Sarkis na bateria, apresentou músicas como Mundo Cão, Labirinto e Lugar Comum.



A banda Gato Xadrez ficou encarregada de encerrar a noite com muito rock and roll. O som pesado e as letras divertidas do quarteto agitaram a galera que ficou até o final.

Renato (vocal), Barulho (guitarra), Dárick (baixo) e Leonardo (bateria) estão juntos há quatro anos e levaram sons como Poita, Índio Guarani, Diego Drama e Vale de Lótus.



E foi assim que se encerrou outra noite muito agradável no melhor pico da região. Uma pena que o local não estará mais disponível para eventos do tipo. Quem viu, viu. Mais fotos.

terça-feira, junho 09, 2009

O pato mais querido (e roqueiro) do mundo

Atire a primeira pedra quem nunca morreu de rir com as trapalhadas do Pato Donald, o personagem mais teimoso e carismático já criado pelos estúdios da Walt Disney. O astro dos desenhos animados completa hoje 75 anos de vida.

Nascido das mãos do diretor americano Dick Lundy, Pato Donald estreou a sua própria série em 1937, ao lado da namorada Margarida e dos sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho. O rabugento faz sucesso até hoje, tendo lançado em seu nome brinquedos, revistas em quadrinhos e até games.

Aproveitando a deixa, vamos falar de um outro pato, psicodélico e roqueiro, sem o estresse do nosso aniversariante do dia. Esse pato hippie aí do lado é mascote do Fuzzy Duck, grupo britânico que, assim como muitos outros, teve curta trajetória.

Formada em Londres, em 1970, por Paul Francis (bateria), Mick Hawksworth (baixo), Grahame White (guitarra, vocal), Roy Sharland (órgão) e Garth Roy (guitarra), a banda terminou no ano seguinte. Gravou apenas um álbum, homônimo, lançado em 1971.

O som do Fuzzy Duck, um hard rock/progressivo, é um prato cheio para o maravilhoso órgão hammond, numa levada bem Uriah Heep. Os cativantes riffs e solos de guitarra também são um ponto alto desse trabalho, que é um dos discos mais interessantes perdidos na década 70. Indispensável.

Ouça Mrs. Prout, música dois de Fuzzy Duck (1971).

segunda-feira, junho 08, 2009

A magnífica volta de David Gilmour

On An Island, lançado em 2006, é o primeiro disco de Sir David Gilmour em 12 anos. Por onde andou o vocalista e guitarrista do Pink Floyd após o lançamento do Division Bell? O hiato aumenta em 10 anos se levarmos em consideração About Face (1984), seu último álbum solo.

Roger Waters podia deter grande parte do controle criativo do Pink Floyd, mas era Gilmour o destaque do grupo. O som viajante praticado pelo quarteto britânico se encaixava perfeitamente com a sua voz doce e os solos repletos de sentimento.

Nascido em Cambridge, Inglaterra, no dia 6 de março de 1946, David Gilmour é genial como poucos. Desde a gravação do aclamado The Wall (1979), o músico não apresentava um trabalho dessa categoria. A faixa-título, uma preciosidade, é a música que o Pink Floyd nunca gravou.

Entre sons mais trabalhados, baladas ao violão e pitadas de blues, aparecem convidados do calibre de Robert Wyatt, David Crosby, Graham Nash e Phil Manzanera, que também produziu o disco. Os vocais de Gilmour estão impecáveis e transmitem uma incrível sensação de paz.

Assista On An Island, gravada ao vivo em Londres em maio de 2006, um dos últimos registros do tecladista Richard Wright. O eterno companheiro de Gilmour no Pink Floyd faleceu no dia 15 de setembro do ano passado, uma semana antes do lançamento de Live In Gdańsk.

quinta-feira, junho 04, 2009

À procura da batida perfeita

Quando penso que não há mais nada a ser inventado na música, eis que aparece o Jeferson, meu consultor e grande descobridor de novos artistas, com o Blu-Swing.

A grande sacada desse quarteto japonês, formado por Yusuke Nakamura (teclado e programação), Show Kojima (guitarra), Shinji Hasuike (baixo) e Yu-ri Tanaka (vocal), é a combinação de ritmos. Revision, único disco da banda, lançado no dia 3 de setembro de 2008 pela Columbia Records, traz o melhor do nu jazz, uma mistura irresistível de jazz, hip-hop, música eletrônica, funk e soul.

O jazz dançante do Blu-Swing inclui, além das batidas eletrônicas, incríveis linhas de baixo acústico e vocais perfeitos. A cantora de R&B Angela Johnson participa das músicas Forgiveness e What's On My Mind. MC Shade contribui em Childish e Free Breeze.

Além de ter sido uma grata surpresa, ouvir o Blu-Swing me deu plena certeza de que a música de qualidade nunca deixará de existir, apesar de certos "artistas" insistirem em algo que me faz achar o contrário.

Ouça Sum, faixa 11 de Revision, de 2008.

terça-feira, junho 02, 2009

Dave Matthews Band celebra o Rei GrooGrux (e a boa música) em novo álbum

Big Whiskey & the King GrooGrux, sétimo álbum de estúdio da Dave Matthews Band, presta tributo ao saxofonista LeRoi Moore, morto no dia 19 de agosto do ano passado. O músico faleceu devido a complicações de um acidente de quadriciclo sofrido dois meses antes.

Passado o choque, a Dave Matthews Band resolveu continuar o trabalho que já havia iniciado com Moore. O Rei (LeRoi em francês) GrooGrux citado no título do disco, faz referência ao apelido do músico.

O álbum se inicia com Grux, uma introdução que traz Moore ao saxofone enquanto a banda se aquece pra abrir com Shake Me Like A Monkey, uma das melhores, vibrante e com efeitos na voz de Dave Matthews. Apesar das inovações, Big Whiskey & the GrooGrux King soa como uma volta ao som esquecido nos últimos trabalhos, principalmente o fraco Stand Up, de 2005.

Big Whiskey mostra o quanto essa banda é talentosa. A DMB é formada por Dave Matthews (vocal e violão), Stefan Lessard (baixo), Carter Beauford (bateria) e Boyd Tinsley (violino) e faz uma música original e agradável. Um rock acústico que se mistura com elementos do jazz, pop, soul music e funk.

O disco, lançado hoje via RCA Records, foi produzido por Rob Cavallo e teve a participação dos músicos Tim Reynolds (guitarra), Rashawn Ross (trompete) e Jeff Coffin (saxofone), que se juntarão ao grupo em turnê. LeRoi Moore estaria orgulhoso, pois Big Whiskey & the GrooGrux King, que está disponível para audição no Myspace, é excelente.

Ouça Why I Am, um dos destaques do novo trabalho.