terça-feira, junho 29, 2010

Slash surpreende em "novo" disco

Confesso que relutei em conferir o "novo" disco de Saul Hudson, o Slash, lançado no dia 6 de abril via EMI. O primeiro trabalho solo do emblemático guitarrista, no entanto, me surpreendeu positivamente pela qualidade das músicas.

A principal virtude do novo álbum talvez seja a escolha dos (muitos) convidados especiais. Parece que as canções foram compostas especialmente para cada um deles. Não imagino outro a não ser Ozzy Osbourne para cantar a fantástica Crucify the Dead, um recado (leia) para Axl Rose.

Impossível, também, ouvir o início de Doctor Alibi e não pensar em Lemmy Kilmister, do Motörhead. O disco é tão bom e coeso que até a insossa Fergie soa bem ao lado do guitarrista em Beautiful Dangerous. Outro que eu nunca botei fé e se destaca é o Kid Rock, que canta muito em I Hold On, uma das melhores do CD.

Mas quem rouba a cena mesmo no disco é o vocalista Myles Kennedy, mais conhecido pelo seu trabalho com o Alter Bridge. Além de ser o único a gravar duas músicas (Back From Cali e Starlight), o cantor foi chamado para sair em turnê com Slash.

Na estelar lista de participações ainda temos Adam Levine (Maroon 5), Ian Astbury (The Cult), Dave Ghrol (Foo Fighters), Iggy Pop, Andrew Stockdale (Wolfmother), que gravou o clipe By the Sword, entre outros. Tá fraco de amigos o cara, hein?

Musicalmente, Slash está mais vivo do que nunca e, ao contrário do que muitos pensavam, ele ainda faz a diferença. Sua importância para a música não se mede apenas pela constelação de artistas que gravou com ele, mas pelo que é capaz de produzir. Se não estiver na lista dos melhores desse ano, chuto o balde.

Confira também o post no blog Collector's Room.

Ouça Promise, na voz de Chris Cornell.

terça-feira, junho 22, 2010

A falta que Zakk Wylde faz

Scream, novo disco de Ozzy, lançado hoje pela Epic Records, confirma algo que todos sabiam que aconteceria: o Príncipe das Trevas sente falta de Zakk Wylde, seu pupilo e parceiro de composição há mais de 20 anos.

Confesso que não dei a atenção merecida (deveria?) para Black Rain, último trabalho da eterna voz do Black Sabbath com o guitarrista. Há tempos, mais precisamente desde Ozzmosis, o cantor britânico de 61 anos não grava um álbum convincente.

Ora bolas. Qual o problema, então, em Scream? Simples. Os harmônicos poderosos e o estilo inconfundível de Zakk Wylde não estão presentes no disco. É muito estranho ouvir a voz do Madman sem o acompanhamento dos riffs monstruosos do guitarrista.

Para o seu lugar, Ozzy contratou o jovem e talentoso Gus G., conhecido pelos seus trabalhos com o Dream Evil, Firewind, Mystic Prophecy e Nightrage. Apesar de ter apenas 29 anos, o grego é experiente e não decepciona, mas não adianta. Os fãs querem Zakk Wylde.

Em entrevista publicada na última Veja, o vocalista declarou que faz sempre o mesmo disco.  "As músicas têm o mesmo estilo e as letras tratam dos mesmos assuntos. Mas estou com um guitarrista novo, o grego Gus G.", disse.

Por mais contraditório que possa parecer, gostei do disco. A entrada do guitarrista grego deu uma renovada no som de Ozzy, mas acho que os fãs mereciam mais. Parece que está faltando alguma coisa. E você, sentiu falta do Zakk? O Príncipe das Trevas, pelo que mostra em Scream, sim.

Ouça Let It Die, faixa de abertura do novo disco.

quinta-feira, junho 17, 2010

15 anos sem Rory Gallagher*

É inconcebível não ver o nome de Willian Rory Gallagher na lista dos 100 maiores guitarristas do mundo. Este irlandês, que teve sua vida abreviada por uma infecção hospitalar em 1995, aos 47 anos deixou para o mundo seu magnífico trabalho musical em muitos álbuns.

Gallagher possuía um talento singular no qual a presença de palco e a energia da multidão davam asas a sua genialidade fazendo com que ele despejasse solos improvisados que até hoje deixam muitos célebres guitarristas impressionados.

Seu medo por aeronaves fazia com que seus shows se restringissem a somente alguns países da Europa, tornando assim pouco divulgado seu trabalho no ocidente. Acompanhado de sua Stratocaster desde os 15 anos de idade, Rory era perito, posso assim dizer, em extrair sons poderosos com muita naturalidade sem o uso de pedais, apenas utilizava os efeitos originais dos cubos valvulados da época.

Não há como escolher um álbum que seja o melhor de sua carreira, mas posso me referir às músicas que fazem mais sucesso no meu player como: Messing With the Kid, do álbum Live! In Europe; Calling Card do álbum Calling Card; e Crest of a Wave do álbum Deuce.

* por Thiago Zimmermann Melo, leitor do blog e fanático pelo guitarrista irlandês.

Ouça Calling Card.

quarta-feira, junho 02, 2010

O que houve com o STP?

Após nove anos, finalmente, o Stone Temple Pilots lançou um novo disco. O sucessor de Shangri-La, homônimo, é bom, mas não empolga.

Se esse trabalho do STP apresentasse grandes solos de guitarra, não seria exagero pensar, ou até afirmar que estamos ouvindo o Velvet Revolver, banda da qual Scott Weiland (vocal) fez parte nos últimos anos.

São 12 músicas agitadas, simples e curtas. Apenas duas faixas ultrapassam os quatro minutos de duração. A voz de Weiland está um pouco diferente, cadê aquelas interpretações inspiradas de Creep, Plush ou Wonderful? Tudo soa muito sem vontade.

O sexto disco do STP, que saiu no dia 25 do mês passado pela Atlantic Records, é apenas burocrático. Nada explica que uma das melhores do álbum seja Samba Song, uma sobra do Shangri-La.

Scott Weiland, Dean DeLeo (guitarra), Robert DeLeo (baixo) e Eric Kretz (bateria) gravaram boas músicas, mas bem que poderiam ter ficado cada um no seu canto. Poupariam-me da decepção.

Ouça Maver, última faixa de Stone Temple Pilots.