segunda-feira, setembro 28, 2009

O jogo acabou e quem venceu foi o Megadeth

Endgame, lançado no dia 15 de setembro pela Roadrunner,  é o melhor álbum do Megadeth depois do clássico Rust In Peace (1990), a obra-prima do thrash metal.

O disco abre com a instrumental Dialectic Chaos e Chris Broderick já mostra a que veio. Desde a saída de Marty Friedman o grupo não tinha uma dupla de guitarristas desse nível.

Por conta disso, o destaque são os solos alucinantes de guitarra, aos montes em Endgame, o trabalho menos comercial do Megadeth nos últimos 15 anos. The Hardest Part of Letting Go, a pseudo-balada do disco, não faz feio perto das mais agressivas.

Dave Mustaine e sua trupe, completada por James Lomenzo (baixo) e Shawn Drover (bateria), gravaram o disco que todo fã de heavy metal gostaria de ouvir. Pesado, técnico, moderno e sem firulas. Fico contente em ver que ainda conseguem fazer algo relevante. Meu candidato a melhor disco de 2009.

Ouça 1,320, música quatro de Endgame.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Jakob Dylan não tem medo de comparações

Se tivesse, não seria músico. O fato de ser filho de uma lenda como Bob Dylan, um dos maiores compositores de todos os tempos, deve ter aberto muitas portas.

Aos 20 anos de carreira, Jakob conseguiu sobreviver à pressão de carregar o sobrenome que recebeu quando abriu os olhos no dia 9 de dezembro de 1969, em Nova Iorque.

Jakob Dylan, que além de cantar toca guitarra, baixo e piano, formou o The Wallflowers em 1989, na cidade de Los Angeles, Califórnia. O primeiro disco, que saiu três meses depois, foi um fracasso comercial, mas bem recebido pela crítica.

Em 1996, com o grupo reformulado, gravou o ótimo Bringing Down the Horse, que vendeu seis milhões de cópias no mundo todo graças aos hits 6th Avenue Heartache (com Adam Duritz) e One Headlight, melhor música de rock de 1997 (Grammy).

Com a paralisação das atividades da banda em 2005, Jakob Dylan assinou um contrato com a Columbia Records e produziu Seeing Things sob a batuta do grande Rick Rubin, dono de um currículo invejável. Lançado em junho do ano passado, o álbum é uma bela amostra do talento do rapaz, que não herdou apenas os olhos claros do pai.

Ouça Valley of the Low Sun, do disco Seeing Things, de 2008.

terça-feira, setembro 01, 2009

Novos caminhos para o tango

A ligação dos argentinos com o tango é tamanha que Astor Piazzolla foi alvo de críticas quando passou a incorporar elementos do jazz no ritmo portenho. "Tudo pode mudar, exceto o tango", diziam na época os tradicionalistas.

O chamado tango novo criado por Piazzolla fez o compositor ser reconhecido mundialmente e influenciou gerações de músicos. Liderado por Max Masri (teclados e programação) e Diego Velázquez (violão), o Tanghetto (foto) surgiu no ano de 2001, em Buenos Aires.

O nome remete às comunidades de hermanos exilados no exterior nos tempos de crise política ou econômica. A experiência e o contato com a cena eletrônica que Max Masri teve nos tempos em que viveu na Alemanha serviram de base para a sonoridade contemporânea praticada pelo grupo.

O Tanghetto tem em sua formação, também, os músicos Federico Vázquez (bandoneón), Chao Xu (violoncelo), Antonio Boyadjian (piano) e Daniel Corrado (bateria). O primeiro disco, Emigrante, de 2004, foi indicado ao Grammy Latino.

El Miedo a La Libertad (foto), lançado em 2008, rendeu ao quinteto o Prêmio Carlos Gardel, o mais importante do país. A música triste e dançante, reforçada pelas batidas eletrônicas, segue uma linha adotada por nomes como Bajofondo e Gotan Project. Muito bom.

Ouça Al Final Todos Se Van, do disco Emigrante.