segunda-feira, novembro 29, 2010

Yes em Floripa: Histórico*

O Yes fez um show irrepreensível no Floripa Music Hall, na noite de sábado. A opinião dos presentes, que conferiram as apresentações do Deep Purple e de Glenn Hughes, na Ilha, no ano passado, foi quase unânime: o dia 27 de novembro de 2010 ficará para a história como um dos melhores shows que a Capital já recebeu.

A performance do quinteto britânico, formado em 1968, em Londres, foi impressionante durante a 1h45 de rock progressivo. Steve Howe (guitarra), Chris Squire (baixo, foto) e Alan White (bateria), todos acima dos 60 anos, demonstraram muita disposição e ficaram empolgados com a resposta do público, que cantou todos os refrões e bateu palma a cada solo.

Se havia alguma desconfiança em relação ao novato Benoit David (vocal, foto), substituto de Jon Anderson, as dúvidas se dissiparam logo em Siberian Khatru.

O cantor canadense, que fazia parte de uma banda chamada Close to the Edge, nome do maior clássico do Yes, foi perfeito. Se fechássemos os olhos, era possível visualizar Anderson, tamanha a semelhança entre as vozes.

Além disso, o baixinho foi muito simpático e ensaiou umas palavras em português para se comunicar com a platéia. Simpatia, aliás, foi a marca da banda nessa passagem pela Ilha. Com exceção de Howe, todos atenderam os fãs no lado de fora do Floripa Music Hall, posando para fotos e dando autógrafos.

Outro destaque da apresentação foi o tecladista Oliver Wakeman. Aos 38 anos, o filho mais velho (o caçula, Adam, toca com Ozzy) do mago Rick Wakeman, que integrou o Yes em cinco ocasiões, não sentiu o peso do sobrenome que ostenta e deu um show em músicas como Roundabout e Starship Trooper, repletas de improvisos característicos do rock progressivo. Quem não foi, perdeu. Quem foi, não esquecerá.

* Com fotos de Marcelo Bittencourt.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Kanye West é (sim!) o novo rei do pop

My Beautiful Dark Twisted Fantasy, quinto disco do produtor e rapper norte-americano Kanye West, não é apenas o melhor da sua carreira, iniciada em 2004. O trabalho é, também, um marco para a música pop, sem exageros.

Não consigo imaginar outro artista concebendo um álbum como esse, tão bem acabado, extravagante e corajoso. Nunca pensei que adjetivaria um disco de hip-hop como épico. Ouvir MBDTF, a obra-prima de West, como o próprio define, é um desafio, antes de tudo.

O disco, lançado na segunda-feira pelas gravadoras Def Jam e Roc-A-Fella, teve orçamento estimado em U$ 3 milhões. Entre os muitos convidados especiais que figuram nos quase 70 minutos de pura magia estão Jay-Z, Rihanna, John Legend, Alicia Keys, Fergie, Elton John e Chris Rock, para citar somente alguns.

Depois do synthpop romântico e dançante do ótimo 808s & Heartbreak, gravado em 2008, Kanye West volta a ditar as regras. O novo disco veio para destruir os conceitos que temos sobre o mundo pop. Como a Rolling Stone publicou, ninguém metade são teria feito esse álbum.

No ano passado critiquei o comportamento egocêntrico do astro, que se acha o rei do pop. Depois de ouvir My Beautiful Dark Twisted Fantasy estou considerando a ideia. Kanye West tem, finalmente, um motivo para ser arrogante, afinal, ele é o cara. Candidato a disco do ano.

Ouça o primeiro single, Power, abaixo. E não deixe de conferir (aqui) o filme Runaway. Simplesmente imperdível.