Rhapsody of Fire e Brasil Papaya
quinta-feira, junho 27, 2013
Nova crítica
Eu bem que tento, mas não consigo ficar longe desse blog. Escrever sobre música é a minha verdadeira paixão e, felizmente, tenho um espaço nobre para exercer esse "hobby", que é o caderno Plural, do Jornal Notícias do Dia, do Grupo RIC, comandado bravamente pela jornalista Dariene Pasternak. Então, sempre que possível, postarei uma crítica minha aqui. O post de hoje é sobre o Rhapsody of Fire, banda italiana que fez sucesso na última década com um som voltado para o power metal/sinfônico. O segundo texto fala sobre o novo DVD do Brasil Papaya, maior banda do rock instrumental brasileiro, que completa 18 anos de estrada. Comentários são bem-vindos.
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quarta-feira, novembro 07, 2012
Mais uma volta (agora pra valer)
Já perdi as contas de quantas vezes parei de postar no blog e voltei, infelizmente. Escrever nesse espaço era (ainda é) uma das coisas que eu mais gosto de fazer, mas por diversos motivos não o fiz. Estive fora do jornal Notícias do Dia por sete meses, mas agora estou de volta para a minha verdadeira casa. Saiu no (ótimo) Plural, caderno de cultura do jornal, uma resenha minha, cuja imagem mostro agora para vocês. Com essa postagem, finalmente, reativo o Estética Musical.
Graveyard e Grandfúria |
segunda-feira, maio 14, 2012
Enfim, de volta
O que as bandas Spin Doctors, Nine Days, The Nixons, Blind Melon e Third Eye Blind têm em comum com o Couting Crows? São muitos anos de estrada, vários discos lançados e pouco reconhecimento, seja da crítica ou comercial. Esses grupos sofrem da maldição chamada de “one hit wonder”, ou no caso do Counting Crows, dois hits. Apesar dos 20 milhões de discos vendidos, o septeto liderado pelo carismático vocalista Adam Duritz é conhecido por ter no seu catálogo as músicas Mr. Jones (1993), ainda presente nas rádios, e Accidentaly in Love, que fez parte da trilha sonora do filme Shrek 2, em 2004, e meio que foi responsável por ter trazido a banda de volta aos holofotes.
No ano passado, o Couting Crows lançou em CD e DVD o show August and Everything After, gravado no histórico Town Hall, em Nova Iorque, no dia 18 de setembro de 2007. O disco de estreia da banda, que empresta o seu nome à apresentação, foi tocado na íntegra diante de pouco mais de 1500 sortudos. O destaque desse terceiro trabalho ao vivo do grupo é a performance dos músicos, que souberam improvisar em cima das canções originais (de 1993), com criativos e bonitos arranjos. Outro ponto positivo do disco é a interação de Duritz com os fãs. Bastante comunicativo e seguro, o principal compositor do Couting Crows é, sem dúvida nenhuma, o destaque desse álbum.
Além da já citada Mr. Jones, os outros “hits” da banda estão quase todos nesse show, como Round Here, Omaha, Rain King e a clássica Murder of One, que fecha a apresentação. O que também chama a atenção no Couting Crows é a versatilidade dos seus membros. Todos eles cantam e tocam mais de um instrumento, exceto Duritz, o porta-voz da banda: David Bryson (guitarra e violão), Jim Bogios (bateria e percussão), Charlie Gillingham (piano, gaita de boca e acordeon), David Immergluck (guitarra, bandolim e violão), Millard Powers (baixo e piano) e Dan Vickrey (guitarra, violão e banjo). August and Everything After é um registro indicado para quem deseja conhecer um dos grupos mais injustiçados dos anos 90. Porque nem só de Mr. Jones vive o rock alternativo norte-americano. Ainda bem.
Nota: 8
Assista o Couting Crows tocando a clássica Mr. Jones.
No ano passado, o Couting Crows lançou em CD e DVD o show August and Everything After, gravado no histórico Town Hall, em Nova Iorque, no dia 18 de setembro de 2007. O disco de estreia da banda, que empresta o seu nome à apresentação, foi tocado na íntegra diante de pouco mais de 1500 sortudos. O destaque desse terceiro trabalho ao vivo do grupo é a performance dos músicos, que souberam improvisar em cima das canções originais (de 1993), com criativos e bonitos arranjos. Outro ponto positivo do disco é a interação de Duritz com os fãs. Bastante comunicativo e seguro, o principal compositor do Couting Crows é, sem dúvida nenhuma, o destaque desse álbum.
Além da já citada Mr. Jones, os outros “hits” da banda estão quase todos nesse show, como Round Here, Omaha, Rain King e a clássica Murder of One, que fecha a apresentação. O que também chama a atenção no Couting Crows é a versatilidade dos seus membros. Todos eles cantam e tocam mais de um instrumento, exceto Duritz, o porta-voz da banda: David Bryson (guitarra e violão), Jim Bogios (bateria e percussão), Charlie Gillingham (piano, gaita de boca e acordeon), David Immergluck (guitarra, bandolim e violão), Millard Powers (baixo e piano) e Dan Vickrey (guitarra, violão e banjo). August and Everything After é um registro indicado para quem deseja conhecer um dos grupos mais injustiçados dos anos 90. Porque nem só de Mr. Jones vive o rock alternativo norte-americano. Ainda bem.
Nota: 8
Assista o Couting Crows tocando a clássica Mr. Jones.
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Melhores de 2010
Para começar o ano, nada melhor do que fazer uma retrospectiva do ano passado. Ainda que atrasado, o post é válido. Foi difícil apontar um disco como o melhor de 2010, que foi muito bom em termos de lançamentos. Prova disso é que os álbuns do Iron Maiden, Ozzy Osbourne e Slash, por exemplo, todos ótimos, ficaram de fora. E aí, quais são os seus discos preferidos de 2010?
Orphaned Land - The Never Ending Way of ORwarriOR
Nevermore - The Obsidian Conspiracy
Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy
Kamelot - Poetry for the Poisoned
Heathen - The Evolution of Chaos
Jamiroquai - Rock Dust Light Star
Dirty Sweet - American Spiritual
Grand Magus - Hammer of the North
Avenged Sevenfold - Nightmare
Emancipator - Safe In the Steep Cliffs
Orphaned Land - The Never Ending Way of ORwarriOR
A expectativa criada por conta da obra-prima Mabool, de 2004, fez The Never Ending Way of ORWarriOR o disco mais aguardado nos últimos anos da cena metálica. O Orphaned Land não decepcionou, muito pelo contrário. Produzidos por Steven Wilson, os israelenses entregaram outro trabalho fantástico. Só o tempo vai dizer se o novo álbum se equivale a Mabool. No momento, só posso dizer que é maravilhoso.
Nevermore - The Obsidian Conspiracy
E o título de melhor guitarrista da atualidade vai para... Jeff Loomis. O que esse robô manda ver nas sete cordas não é brincadeira, é de ficar de queixo caído. O Nevermore enxugou um pouco as partes mais complexas, mas não economizou na pancadaria. The Obsidian Cospiracy soa moderno e mais direto. Elogiar o vocalista Warrel Dane virou chover no molhado, mas não vou me furtar de registrar que o cara, como sempre, impressiona.
Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy
O rapper e produtor norte-americano é odiado por grande parte do público e amado por uma parcela ainda maior da crítica, que o coloca como novo rei do pop (ele mesmo faz isso). Não nego que o cara é um grande escroto, mas não posso deixar que isso comprometa o fato de que Kanye West gravou um dos melhores discos do ano, com direito a um vídeo bizarro de 34 minutos chamado Runaway.
Kamelot - Poetry for the Poisoned
Ainda que o Angra tenha gravado Temple of Shadows, o melhor disco do power metal, o Kamelot chegou perto com The Black Halo (2005), e ainda tem à disposição algo que os brasileiros não têm: Roy Khan. O vocalista norueguês faz toda a diferença nesse grupo, que é muito competente e desenvolveu ao longo dos anos um estilo próprio de fazer música pesada. Melhor que o Ghost Opera.
Heathen - The Evolution of Chaos
The Evolution of Chaos é uma aula de como se faz thrash metal. O Heathen ficou pelo caminho depois de gravar dois clássicos e foi relegado ao segundo escalão do estilo por isso. O que é pouco para essa máquina de criar riffs chamada Lee Altus, o cérebro por trás do Heathen, uma banda tão boa quanto Exodus e Anthrax, mas que não teve a mesma sorte. Um arregaço!
Jamiroquai - Rock Dust Light Star
Se os três últimos lançamentos (1999, 2001 e 2005) do Jamiroquai deixaram a desejar, Jay Kay e sua trupe voltaram com tudo em Rock Dust Light Star, resgatando a energia do Travelling Without Moving. Com ótimos músicos ao seu lado, o vocalista inglês surpreende com um trabalho agradável de ouvir do início ao fim, repleto de groove e hits.
Dirty Sweet - American Spiritual
Quando conheci o som do Dirty Sweet percebi que estava diante de uma banda que seria grande. O quarteto californiano tirou nota dez na prova do segundo disco com o seu rock and roll simples, mas muito bem feito e diversificado. Não se surpreenda se daqui alguns anos o Dirty Sweet apareça no topo como um dos grandes nomes dessa nova década. Talento não falta.
Grand Magus - Hammer of the North
Apesar de o Grand Magus chegar ao quinto disco com Hammer of the North, só fui conhecer melhor o grupo neste ano. E olha que já era fã do trabalho do vocalista Janne “JB” Christoffersson com o Spiritual Beggars. A música do trio sueco é o mais puro heavy metal, com destaque para os vocais incríveis de JB, que também se mostra um ótimo guitarrista.
Avenged Sevenfold - Nightmare
Antes do baterista Mike Portnoy entrar para o Avenged Sevenfold, que substituiu o falecido James Sullivan, nunca tinha prestado atenção na banda liderada pelo vocalista M. Shadows. Nightmare é um disco poderoso, com riffs pesados e solos de guitarra impressionantes. Supresa do ano.
Emancipator - Safe In the Steep Cliffs
Tinha calafrios quando lia que algum artista estava associado ao gênero eletrônico. Aos poucos, no entanto, fui ouvindo e descobrindo álbuns como Safe In the Steep Cliffs, do produtor Douglas Appling, o Emancipator. A sonoridade moderna e viajante do trip hop me cativou de tal maneira que sou obrigado a reconhecer que o garoto é genial.
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terça-feira, dezembro 14, 2010
Michael. Digno.
Michael Jackson continua sendo uma máquina de fazer dinheiro, mesmo após a sua morte. Prova disso são os inúmeros lançamentos de livros, filmes e, agora, o primeiro (de muitos?) disco póstumo.
Chega hoje às lojas nos Estados Unidos Michael, via Epic Records. Apesar do caráter oportunista que o álbum traz, a análise do trabalho não pode ser prejudicada. Para a minha surpresa, o material é ótimo.
Não me importo com o que andam dizendo por aí, se contestam a veracidade e honestidade do disco ou se as vozes foram processadas em estúdio, o que interessa, no momento, é a oportunidade de ouvir músicas inéditas do rei.
O ar nostálgico impera por todo o disco, a começar pela capa, feita por Kadir Nelson, relembrando grandes momentos da carreira do astro do pop, passando pelo clipe Hold My Hand.
Mesmo não comprometendo as músicas em que dão o ar da graça, dispensaria as participações de Akon e 50 Cent. Quem se salva a pele dos convidados é Lenny Kravitz, que gravou (I Can't Make It) Another Day, um dos destaques do álbum.
Tendo apenas fitas demo nas mãos, os produtores fizeram de tudo para não deixar o disco soar inacabado. E conseguiram, de certa forma. As batidas são fortes, as músicas soam atuais, cheias de energia. Como é bom poder ouvir Michael Jackson de novo.
Ouça Hollywood Tonight e Behind the Mask.
Chega hoje às lojas nos Estados Unidos Michael, via Epic Records. Apesar do caráter oportunista que o álbum traz, a análise do trabalho não pode ser prejudicada. Para a minha surpresa, o material é ótimo.
Não me importo com o que andam dizendo por aí, se contestam a veracidade e honestidade do disco ou se as vozes foram processadas em estúdio, o que interessa, no momento, é a oportunidade de ouvir músicas inéditas do rei.
O ar nostálgico impera por todo o disco, a começar pela capa, feita por Kadir Nelson, relembrando grandes momentos da carreira do astro do pop, passando pelo clipe Hold My Hand.
Mesmo não comprometendo as músicas em que dão o ar da graça, dispensaria as participações de Akon e 50 Cent. Quem se salva a pele dos convidados é Lenny Kravitz, que gravou (I Can't Make It) Another Day, um dos destaques do álbum.
Tendo apenas fitas demo nas mãos, os produtores fizeram de tudo para não deixar o disco soar inacabado. E conseguiram, de certa forma. As batidas são fortes, as músicas soam atuais, cheias de energia. Como é bom poder ouvir Michael Jackson de novo.
Ouça Hollywood Tonight e Behind the Mask.
segunda-feira, novembro 29, 2010
Yes em Floripa: Histórico*
O Yes fez um show irrepreensível no Floripa Music Hall, na noite de sábado. A opinião dos presentes, que conferiram as apresentações do Deep Purple e de Glenn Hughes, na Ilha, no ano passado, foi quase unânime: o dia 27 de novembro de 2010 ficará para a história como um dos melhores shows que a Capital já recebeu.
A performance do quinteto britânico, formado em 1968, em Londres, foi impressionante durante a 1h45 de rock progressivo. Steve Howe (guitarra), Chris Squire (baixo, foto) e Alan White (bateria), todos acima dos 60 anos, demonstraram muita disposição e ficaram empolgados com a resposta do público, que cantou todos os refrões e bateu palma a cada solo.
Se havia alguma desconfiança em relação ao novato Benoit David (vocal, foto), substituto de Jon Anderson, as dúvidas se dissiparam logo em Siberian Khatru.
O cantor canadense, que fazia parte de uma banda chamada Close to the Edge, nome do maior clássico do Yes, foi perfeito. Se fechássemos os olhos, era possível visualizar Anderson, tamanha a semelhança entre as vozes.
Além disso, o baixinho foi muito simpático e ensaiou umas palavras em português para se comunicar com a platéia. Simpatia, aliás, foi a marca da banda nessa passagem pela Ilha. Com exceção de Howe, todos atenderam os fãs no lado de fora do Floripa Music Hall, posando para fotos e dando autógrafos.
Outro destaque da apresentação foi o tecladista Oliver Wakeman. Aos 38 anos, o filho mais velho (o caçula, Adam, toca com Ozzy) do mago Rick Wakeman, que integrou o Yes em cinco ocasiões, não sentiu o peso do sobrenome que ostenta e deu um show em músicas como Roundabout e Starship Trooper, repletas de improvisos característicos do rock progressivo. Quem não foi, perdeu. Quem foi, não esquecerá.
* Com fotos de Marcelo Bittencourt.
A performance do quinteto britânico, formado em 1968, em Londres, foi impressionante durante a 1h45 de rock progressivo. Steve Howe (guitarra), Chris Squire (baixo, foto) e Alan White (bateria), todos acima dos 60 anos, demonstraram muita disposição e ficaram empolgados com a resposta do público, que cantou todos os refrões e bateu palma a cada solo.
Se havia alguma desconfiança em relação ao novato Benoit David (vocal, foto), substituto de Jon Anderson, as dúvidas se dissiparam logo em Siberian Khatru.
O cantor canadense, que fazia parte de uma banda chamada Close to the Edge, nome do maior clássico do Yes, foi perfeito. Se fechássemos os olhos, era possível visualizar Anderson, tamanha a semelhança entre as vozes.
Além disso, o baixinho foi muito simpático e ensaiou umas palavras em português para se comunicar com a platéia. Simpatia, aliás, foi a marca da banda nessa passagem pela Ilha. Com exceção de Howe, todos atenderam os fãs no lado de fora do Floripa Music Hall, posando para fotos e dando autógrafos.
Outro destaque da apresentação foi o tecladista Oliver Wakeman. Aos 38 anos, o filho mais velho (o caçula, Adam, toca com Ozzy) do mago Rick Wakeman, que integrou o Yes em cinco ocasiões, não sentiu o peso do sobrenome que ostenta e deu um show em músicas como Roundabout e Starship Trooper, repletas de improvisos característicos do rock progressivo. Quem não foi, perdeu. Quem foi, não esquecerá.
* Com fotos de Marcelo Bittencourt.
quarta-feira, novembro 24, 2010
Kanye West é (sim!) o novo rei do pop
My Beautiful Dark Twisted Fantasy, quinto disco do produtor e rapper norte-americano Kanye West, não é apenas o melhor da sua carreira, iniciada em 2004. O trabalho é, também, um marco para a música pop, sem exageros.
Não consigo imaginar outro artista concebendo um álbum como esse, tão bem acabado, extravagante e corajoso. Nunca pensei que adjetivaria um disco de hip-hop como épico. Ouvir MBDTF, a obra-prima de West, como o próprio define, é um desafio, antes de tudo.
O disco, lançado na segunda-feira pelas gravadoras Def Jam e Roc-A-Fella, teve orçamento estimado em U$ 3 milhões. Entre os muitos convidados especiais que figuram nos quase 70 minutos de pura magia estão Jay-Z, Rihanna, John Legend, Alicia Keys, Fergie, Elton John e Chris Rock, para citar somente alguns.
Depois do synthpop romântico e dançante do ótimo 808s & Heartbreak, gravado em 2008, Kanye West volta a ditar as regras. O novo disco veio para destruir os conceitos que temos sobre o mundo pop. Como a Rolling Stone publicou, ninguém metade são teria feito esse álbum.
No ano passado critiquei o comportamento egocêntrico do astro, que se acha o rei do pop. Depois de ouvir My Beautiful Dark Twisted Fantasy estou considerando a ideia. Kanye West tem, finalmente, um motivo para ser arrogante, afinal, ele é o cara. Candidato a disco do ano.
Ouça o primeiro single, Power, abaixo. E não deixe de conferir (aqui) o filme Runaway. Simplesmente imperdível.
Não consigo imaginar outro artista concebendo um álbum como esse, tão bem acabado, extravagante e corajoso. Nunca pensei que adjetivaria um disco de hip-hop como épico. Ouvir MBDTF, a obra-prima de West, como o próprio define, é um desafio, antes de tudo.
O disco, lançado na segunda-feira pelas gravadoras Def Jam e Roc-A-Fella, teve orçamento estimado em U$ 3 milhões. Entre os muitos convidados especiais que figuram nos quase 70 minutos de pura magia estão Jay-Z, Rihanna, John Legend, Alicia Keys, Fergie, Elton John e Chris Rock, para citar somente alguns.
Depois do synthpop romântico e dançante do ótimo 808s & Heartbreak, gravado em 2008, Kanye West volta a ditar as regras. O novo disco veio para destruir os conceitos que temos sobre o mundo pop. Como a Rolling Stone publicou, ninguém metade são teria feito esse álbum.
No ano passado critiquei o comportamento egocêntrico do astro, que se acha o rei do pop. Depois de ouvir My Beautiful Dark Twisted Fantasy estou considerando a ideia. Kanye West tem, finalmente, um motivo para ser arrogante, afinal, ele é o cara. Candidato a disco do ano.
Ouça o primeiro single, Power, abaixo. E não deixe de conferir (aqui) o filme Runaway. Simplesmente imperdível.
domingo, setembro 19, 2010
40 anos sem Jimi Hendrix*
Johnny Allen Hendrix, nascido em Seattle no ano de 1942, teve sua carreira abreviada pela pressão emocional que tomou conta de sua vida durante uma carreira bombástica. Reconhecido até hoje por suas irreverentes criações, Hendrix é considerado o melhor e mais talentoso guitarrista de todos os tempos. Sua genialidade não tinha limites.
Com uma vida cheia de altos e baixos, Jimi cuidou de seu irmão mais novo durante toda a juventude, serviu nas forças armadas e, por um golpe de sorte, deixou de ser convocado para o Vietnã. O jovem talentoso Jimi Hendrix, que só foi reconhecido pelo seu talento ao formar um trio com Noel Redding (baixo) e Mitch Michell (bateria).
Em Londres, Jimi lançou Are You Experienced, que incendiava as plateias com seus poderosos riffs em Purple Haze e Fire. Sua carreira deslanchou ao retornar para os EUA para tocar num festival na cidade de Monterey. Neste show, pela primeira vez Jimi incendiou sua Fender Stratocaster no palco, cena mais do que conhecida.
Hendrix terminou sua carreira entorpecido por LSD, álcool e barbitúricos. Em seu leito de morte foi encontrado uma cartela de remédios tarja preta, restando apenas um comprimido. É lamentável ter terminado assim a vida do maior guitarrista de todos os tempos, mas ele nos presenteou com seu magnífico trabalho e até hoje influencia gerações.
* por Thiago Zimmermann Melo, especialista em Jimi Hendrix.
Veja Hear My Train A Comin'.
Com uma vida cheia de altos e baixos, Jimi cuidou de seu irmão mais novo durante toda a juventude, serviu nas forças armadas e, por um golpe de sorte, deixou de ser convocado para o Vietnã. O jovem talentoso Jimi Hendrix, que só foi reconhecido pelo seu talento ao formar um trio com Noel Redding (baixo) e Mitch Michell (bateria).
Em Londres, Jimi lançou Are You Experienced, que incendiava as plateias com seus poderosos riffs em Purple Haze e Fire. Sua carreira deslanchou ao retornar para os EUA para tocar num festival na cidade de Monterey. Neste show, pela primeira vez Jimi incendiou sua Fender Stratocaster no palco, cena mais do que conhecida.
Hendrix terminou sua carreira entorpecido por LSD, álcool e barbitúricos. Em seu leito de morte foi encontrado uma cartela de remédios tarja preta, restando apenas um comprimido. É lamentável ter terminado assim a vida do maior guitarrista de todos os tempos, mas ele nos presenteou com seu magnífico trabalho e até hoje influencia gerações.
* por Thiago Zimmermann Melo, especialista em Jimi Hendrix.
Veja Hear My Train A Comin'.
terça-feira, setembro 14, 2010
Quanta diferença...
Até pouco tempo atrás, quase tudo o que eu sabia de guitarra, ou o que me fazia gostar dela, tinha ligação com Marty Friedman. Por causa dele virei fã do Megadeth, minha banda preferida.
Como pode o cara que gravou o solo de Tornado of Souls, que ainda hoje me emociona, ter lançado esse lixo chamado Bad DNA? O nono trabalho de estúdio do guitarrista não lembra em nada o brilhante compositor de Forbidden City.
Há tempos que Friedman investe em esquisitices, e o resultado não poderia ser outro: Sua carreira não é sombra do que foi. O engraçado é que o trabalho de guitarra nesse disco é ótimo, mas a bateria eletrônica acabou com tudo, infelizmente.
Ouça Specimen, faixa de abertura do álbum.
Ao ouvir Fuzz Universe, terceiro disco instrumental (nono de estúdio) na sequência de Paul Gilbert, fico me questionando se existe alguém no mundo capaz de superá-lo nas seis cordas. Acho difícil.
O guitarrista, que fez fama nos anos 90 com a banda de hard rock Mr. Big, exibe uma regularidade impressionante no novo trabalho, lançado no início de agosto.
Dono de um senso de humor e talento únicos, Paul Gilbert nunca decepciona. Confesso que gosto mais dos discos em que o guitarrista também canta, mas seria um pecado se ele não fizesse discos como Fuzz Universe.
Ouça a faixa-título.
E aí, qual é o melhor?
Como pode o cara que gravou o solo de Tornado of Souls, que ainda hoje me emociona, ter lançado esse lixo chamado Bad DNA? O nono trabalho de estúdio do guitarrista não lembra em nada o brilhante compositor de Forbidden City.
Há tempos que Friedman investe em esquisitices, e o resultado não poderia ser outro: Sua carreira não é sombra do que foi. O engraçado é que o trabalho de guitarra nesse disco é ótimo, mas a bateria eletrônica acabou com tudo, infelizmente.
Ouça Specimen, faixa de abertura do álbum.
Ao ouvir Fuzz Universe, terceiro disco instrumental (nono de estúdio) na sequência de Paul Gilbert, fico me questionando se existe alguém no mundo capaz de superá-lo nas seis cordas. Acho difícil.
O guitarrista, que fez fama nos anos 90 com a banda de hard rock Mr. Big, exibe uma regularidade impressionante no novo trabalho, lançado no início de agosto.
Dono de um senso de humor e talento únicos, Paul Gilbert nunca decepciona. Confesso que gosto mais dos discos em que o guitarrista também canta, mas seria um pecado se ele não fizesse discos como Fuzz Universe.
Ouça a faixa-título.
E aí, qual é o melhor?
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quarta-feira, julho 28, 2010
O puro heavy metal do Grand Magus
Fundado em 1996, em Estocolmo, Suécia, o Grand Magus gravou o seu primeiro trabalho somente após cinco anos. No mês passado, o trio lançou Hammer of the North, seu quinto álbum, pela Roadrunner Records alemã.
O grande trunfo do grupo é o vocalista, guitarrista Janne "JB" Christoffersson, que saiu recentemente do Spiritual Beggars para se concentrar somente no Grand Magus. Além de ser um cantor incrível, o cara ainda manda bem nas seis cordas.
Tanto nas composições mais rápidas, como a furiosa I, the Jury, que abre o disco, quanto no encerramento, com a cadenciada Ravens Guide Our Way, o trio, completado por Fox Skinner (baixo) e Sebastian Sippola (bateria), abusa da simplicidade e faz um som direto e pesado.
Se com Iron Will, lançado em 2008, o Grand Magus tinha dado um grande passo para a saída do underground, com o novo álbum as portas do sucesso foram escancaradas. Nada mais justo, pois Hammer of the North é fantástico.
No dia 25 de janeiro, escrevi que o Orphaned Land gravou o melhor disco de 2010. Duvidei que algum grupo superasse os israelenses, mas estava enganado. Pensar na lista de final de ano está cada vez mais difícil. Culpa do Grand Magus e do seu puro heavy metal.
Veja o clipe de Hammer of the North.
O grande trunfo do grupo é o vocalista, guitarrista Janne "JB" Christoffersson, que saiu recentemente do Spiritual Beggars para se concentrar somente no Grand Magus. Além de ser um cantor incrível, o cara ainda manda bem nas seis cordas.
Tanto nas composições mais rápidas, como a furiosa I, the Jury, que abre o disco, quanto no encerramento, com a cadenciada Ravens Guide Our Way, o trio, completado por Fox Skinner (baixo) e Sebastian Sippola (bateria), abusa da simplicidade e faz um som direto e pesado.
Se com Iron Will, lançado em 2008, o Grand Magus tinha dado um grande passo para a saída do underground, com o novo álbum as portas do sucesso foram escancaradas. Nada mais justo, pois Hammer of the North é fantástico.
No dia 25 de janeiro, escrevi que o Orphaned Land gravou o melhor disco de 2010. Duvidei que algum grupo superasse os israelenses, mas estava enganado. Pensar na lista de final de ano está cada vez mais difícil. Culpa do Grand Magus e do seu puro heavy metal.
Veja o clipe de Hammer of the North.
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