domingo, janeiro 31, 2010

Uma noite para relembrar

A primeira vez que ouvi heavy metal deve fazer uns 12 anos, quando vi o clipe da música The Unforgiven na casa de um amigo.

Ter descoberto o Metallica foi como um choque e, desde então, sempre sonhei em poder assistir um show de James Hetfield (vocal e guitarra), Lars Ulrich (bateria) e Kirk Hammett (guitarra solo).

Acompanhados desde 2003 pelo baixista Robert Trujillo (ex-Suicidal Tendencies e Ozzy), o grupo se apresentou na última quinta-feira (dia 28) em Porto Alegre comigo na plateia. Os caras estavam de brincadeira. Clássico atrás de clássico, eu não acreditava no que via. Foi sensacional.

Apesar de todo o cansaço da viagem, do péssimo lugar onde fomos colocados, valeu muito a pena. Já assisti dois shows do Megadeth (2005 e 2008), mas esse foi o melhor da minha vida, sem dúvidas. Saiba mais aqui.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Melhor disco de 2010

The Never Ending Way of ORwarriOR, novo disco da banda israelense Orphaned Land, lançado hoje na Europa pela Century Media Records, é um dos trabalhos mais aguardados nos últimos tempos.

Após gravar a obra-prima conceitual Mabool - The Story of the Three Sons of Seven (2004), aclamada nos quatro cantos do mundo, o grupo conviveu com a pressão de superar a qualidade alcançada em Mabool.

O produtor britânico Steven Wilson, que ajudou a lapidar o Opeth, teve a missão de levar o Orphaned Land a novos ares. E conseguiu. O som do sexteto formado por Kobi Farhi (vocal), Yossi Sassi (guitarra, piano e cordas), Matti Svatitzki (guitarra), Uri Zelcha (baixo), Matan Shmuely (bateria) e Shlomit Levi (vocal) está ainda mais progressivo.

Poucas bandas podem se orgulhar de ter criado um estilo. Ouvir The Never Ending Way of the ORwarriOR é uma experiência indescritível, tão única como a que tive há seis anos.

A música do grupo é uma mistura de subgêneros do heavy metal como death, doom, folk e progressivo, com elementos orientais, tudo encaixado de uma forma incrivelmente coesa. Ponto para Steven Wilson e sua excelente produção.

Se o novo disco é melhor do que o Mabool, ainda é cedo para dizer. Sei que ainda estamos em janeiro, mas duvido que alguém lance um trabalho superior ao do Orphaned Land em 2010. Que não demorem mais seis anos para gravar outro!

Ouça Treading Through Darkness, faixa quatro do novo álbum.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Sweden rocks!

O que os países escandinavos (Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia e Islândia) têm para surgirem tantas bandas e artistas bons por aqueles lados?

Depois dos Estados Unidos e da Inglaterra, os nórdicos são os responsáveis por nos darem os melhores grupos de rock e heavy metal.

Vamos pegar o exemplo da Suécia. Como explicar que um país de população 20 vezes menor que a do Brasil tenha pelo menos 100 bandas de bom nível? Se por aqui nós temos Nx Zero, lá eles têm In FlamesOpeth e muitos outros.

A banda que ilustra o post de hoje é o Spiritual Beggars, um dos grandes nomes do Stoner Rock, estilo que mescla o peso do heavy metal com a psicodelia do rock setentista.

O genial guitarrista Michael Amott (Carcass e Arch Enemy), nascido em Londres, mas criado em Halmstad, Suécia, formou o grupo no início dos anos 90. O quinteto, atualmente trabalhando em novas músicas, lançou seis discos, sendo o último, Demons, em 2005.

Amott é acompanhado pelo ótimo vocalista Janne "JB" Christoffersson (entrou em 2001), o baixista dinamarquês Sharlee D'Angelo (ex-King Diamond e Mercyful Fate), o tecladista Per Wiberg (Opeth) e o baterista Ludwig Witt.

Se você gosta daquele rock and roll sujo, pesado, com vocais incríveis, melodias cativantes, riffs poderosos e solos cheios de feeling, não pode deixar de ouvir o maravilhoso Spiritual Beggars, o supergrupo do rock sueco.

Ouça Dying Every Day, do Demons, de 2005.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

O pai do hip-hop

Medimos a importância dos artistas por uma infinidade de critérios, sendo os mais usados o total de vendas e a influência exercida em outros grupos.

No caso do cantor e poeta norte-americano Gil Scott-Heron, um dos grandes nomes da música negra em todos os tempos, sua obra tem papel fundamental para o surgimento do hip-hop.

O artista não conseguiu fama nem dinheiro com seus discos, mas a fusão do jazz com o funk e a soul music influenciou as gerações seguintes. O marco de sua trajetória é Pieces of a Man, que traz a clássica The Revolution Will Not Be Televised (veja), considerada uma das primeiras canções do hip-hop.

O que os Stooges e o MC5 são para o punk rock, Gil Scott-Heron é para o hip-hop. O pai de um gênero que ainda não existia. Com uma consciência política e crítica social tão feroz quanto um disco do Public Enemy, o cantor captura com perfeição a ira dos oprimidos na América. Qualquer fã de hip-hop que se preze deveria ouvir isso para entender de onde o estilo veio.

Ouça Home Is Where the Hatred Is, de 1971.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Em busca do tempo perdido

Nunca entendi o motivo de o Heathen não ter o mesmo prestígio do Exodus e do Anthrax, por exemplo, apesar de ser tão bom quanto as duas bandas citadas.

O grupo californiano ficou pelo caminho em 1992, após lançar os clássicos do thrash metal Breaking the Silence e Victims of Deception, que adicionaram melodia ao peso habitual do estilo.

Há alguns anos ensaiaram uma volta com o disco de regravações e covers Recovered e, em 2005, gravaram uma demo com três músicas que estariam no próximo trabalho da banda. Foi o bastante para deixar os fãs do Heathen desesperados pelo novo álbum.

Demorou quase cinco anos, mas David White (vocal) e Lee Altus (guitarra), ambos da formação original, enfim conseguiram concretizar o tão aguardado retorno. The Evolution of Chaos será lançado no dia 25 de janeiro, pela Mascot Records. Completam o quinteto Kragen Lum (guitarra), Jon Torres (baixo) e Darren Minter (bateria).

Sinceramente, não tenho palavras para descrever o quanto esse disco é fantástico. São tantos riffs e solos incríveis que eu perdi mais tempo escolhendo a música do que escrevendo. O segundo escalão do thrash metal é pouco para o Heathen, que arregaçou com o monumental The Evolution of Chaos.

Ouça a faixa de abertura Dying Season.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Quem nunca errou?

Chris Cornell anunciou no dia 31 de dezembro, via Twitter, a volta do Soundgarden, após 12 anos de separação. Alguém tinha dúvida de que, cedo ou tarde, isso aconteceria?

Após o fim do ótimo Audioslave, em 2007, a carreira do vocalista só decaiu. O fraco Carry On, segundo disco solo, lançado no mesmo ano, pouco lembra o artista que gravou Euphoria Morning (1999), seu auge criativo.

Mas foi no ano passado que Chris Cornell tratou de manchar a sua trajetória de sucesso com o ridículo Scream. Mesmo que o Soundgarden volte com tudo e solte um trabalho de qualidade como o Alice In Chains, será difícil esquecer a pisada na bola que o cara deu.

Apesar disso, ele merece uma segunda chance. Tenho certeza de que, ao lado de Kim Thayil (guitarra), Ben Shepherd (baixo) e Matt Cameron (bateria), Chris Cornell não decepcionará, pois sua voz continua das melhores. Que venha o novo álbum.

Ouça Outshined, do disco Badmotorfinger, de 1991.

sábado, janeiro 02, 2010

O som do verão

O ano não poderia ter começado melhor. Ontem conferi o show da Morning Sun, no Sunset Café, em Palmas, Governador Celso Ramos e fiquei surpreso com o que vi.

A banda, formada em 2005, atualmente conta com Luciano Costa (voz e violão), Felipe Machado (guitarra e vocal), Andrey Silva (baixo), Guilherme Ledu (bateria) e Igor de Patta (teclados). Os rapazes fizeram uma ótima apresentação, que deixou felizes os que foram assisti-los.

O repertório da Morning Sun é baseado nas canções de três grandes artistas da atualidade: Jack Johnson, Ben Harper e Donavon Frankenreiter. O talento e a boa energia dos músicos ao vivo deixam os hits da surf music ainda mais agradáveis de se ouvir. Perfeito para uma noite de verão.

Morning Sun manda ver um Stevie Wonder



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